A partir de hoje (18) os médicos do atendimento ambulatorial do sistema público do Recife estão em greve por tempo indeterminado. Apenas atendimentos de urgência, emergência e nas maternidades serão mantidos. Estão suspensos também os serviços relacionados ao Programa Saúde da Família, que na capital pernambucana são executados por 251 equipes, distribuídas em seis zonas administrativas. A paralisação dos cerca de 500 médicos também afetará as unidades do Centro de Atenção Psicossocial, de tratamentos no âmbito da saúde mental e dependência de álcool e outras drogas.
A categoria lista como principais problemas enfrentados pelos médicos a falta de medicamentos e insumos básicos, como luvas e gaze, o descuido da gestão municipal com a estrutura física e a segurança das unidades de saúde. Na pauta de reivindicações, consta ainda um reajuste salarial. Os médicos dizem que o último foi há um ano e quatro meses.
Os médicos denunciam ainda que os postos de saúde estão com mofo nas paredes, rebocos de tetos soltos, além de postos instalados em containers sem ventilação adequada.
A paralisação dos médicos tem o apoio do Conselho Regional de Medicina e da Associação Médica de Pernambuco, que cobram um "diálogo efetivo" com a prefeitura. Eles informam que a última reunião com a prefeitura foi no início de novembro.
Os médicos marcaram para o dia 25 uma assembleia para avaliar o movimento.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Recife disse ter realizado diversas reuniões de negociação com o Simepe, e que continua "aberta ao diálogo".
"Os médicos servidores do município tiveram ganhos cerca de 10% acima da inflação desde 2013. Foram nomeados 767 novos médicos no período. Com relação às condições de trabalho, a prefeitura realizou, em apenas cinco anos, R$ 200 milhões de investimentos nas unidades de saúde, o que é mais do que os 10 anos anteriores", diz o comunicado.
Fonte: Agência Brasil
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