Eram 14h e o aposentado João de Deus dos Santos, 91, esperava ansiosamente a equipe de saúde multidisciplinar do Programa de Assistência do Ipaseal (PAI). No conforto da sala da sua casa e em companhia da esposa, Maria Alexandre dos Santos, ele recebe os cuidados necessários durante o tratamento domiciliar.
João de Deus é um dos 18 usuários do plano Ipaseal Saúde, assistidos semanalmente por uma equipe de oito profissionais nas áreas da Medicina, Enfermagem, Fonoaudiologia, Psicologia, Nutrição e Fisioterapia.
O PAI foi criado há cerca de oito meses, com a finalidade de atender em domicílio usuários do plano com limitações motoras e psíquicas, que apresentem dificuldade ou nenhuma condição de se deslocar até o atendimento clínico. Entretanto, uma das suas principais funções é melhorar ou manter a qualidade de vida dos pacientes dentro das suas limitações. É a humanização dos serviços de saúde levados até o usuário.
De acordo com a coordenadora do programa, Eveline Frota, a ideia do programa é reabilitar com o intuito de melhorar a condição geral do paciente, tornando-o apto ao atendimento clínico. “Mantemos o paciente estável com o objetivo de evitar o agravamento de um quadro que possa evoluir para o internamento hospitalar. Além disso, orientamos toda a família com o intuito de prevenir complicações secundárias”, explica.
“Para o usuário ser inserido no PAI é preciso uma série de requisitos. A equipe multidisciplinar do programa recebe uma solicitação do médico. Em seguida realizamos uma avaliação do paciente em sua própria residência. No final é emitido um parecer de cada profissional do PAI. Com isso é traçado um plano de tratamento para o paciente, no qual será definido qual tipo de atendimento que ele terá; os dias e horários”, esclarece Eveline.
Anjos da guarda
O aposentado João de Deus é acompanhado por todos os especialistas do PAI. Segundo a esposa, Maria Alexandre, ele é portador do mal de Alzheimer, mas não apresenta nenhum outro problema grave de saúde.
“Este tratamento em casa foi uma benção. Lembro quando tinha que removê-lo para uma clínica numa cadeira de rodas. O trabalho para colocar dentro de um carro e depois retirar novamente. Fora o tempo de espera no consultório. Com o PAI é diferente, pois o tratamento acontece dentro da nossa casa. Ele melhorou muito após estas visitas domiciliares. Por isso acho a equipe do PAI verdadeiros anjos da guarda”, conta Maria.
Fisioterapia
Um dos tratamentos realizados por João de Deus é a fisioterapia. “Trabalhamos com exercícios motores e respiratórios nos membros inferiores e superiores. A duração das sessões dependerá do estado físico e mental do paciente. Geralmente duram, em média. 40 minutos. Às vezes, ele está mais disposto, outras mais sonolento. Utilizamos alguns equipamentos básicos e necessários, como bastões, bolas, faixas elásticas e alteres. O atendimento domiciliar tem este diferencial; é mais completo, cria-se um vínculo com a família e sabe-se mais sobre o histórico do paciente”, relata a fisioterapeuta do PAI, Ilana Correia.
Humanização
O psicólogo do PAI, Breno Cavalcante, lembra que o diferencial no atendimento oferecido pelo PAI está no trabalho humanizado. “Nossa atenção não se limita apenas ao paciente, mas a toda família. É preciso inseri-los no processo, orientando quanto aos cuidados físicos e psicológicos com o usuário assistido”, conta.
Segundo o profissional, a família entra no plano terapêutico. “Em alguns casos, notamos que os familiares ficam ansiosos para que haja uma melhora rápida. Muitas vezes isto leva a frustrações e desgastes emocionais, o que influencia diretamente no tratamento, pois, geralmente, eles não sabem lidar corretamente com a situação. Por isso é necessário assistir também os familiares do usuário em tratamento”, ressalta Breno.
É o caso da família dos usuários João de Deus, José Claúdio de Albuquerque, 76, e Justino Machado, 76. Dione Maria Oliveira, nora de José Cláudio diz que o tratamento feito em domicílio tem vantagens tanto para o paciente quanto para família.
“Quem ganha mais é o paciente. Tirá-lpo de casa é muito complicado. Este deslocamento torna-se um transtorno para todos os envolvidos. Quando o atendimento é domiciliar tudo se torna mais fácil; um ganho para todos. Só vejo vantagens”, afirma Dione.
Fonte: Agência Alagoas
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