O Hospital Geral do Estado (HGE) recebe com grande frequência dezenas de crianças, jovens e adultos em crise de asma. A poeira, poluição do ar e odores fortes são os grandes responsáveis pelos atendimentos. O pneumologista da unidade, Luiz Claudio Bastos, afirma que, além das substâncias transportadas pelo ar, viroses respiratórias e a queda na temperatura também contribuem para a ocorrência das crises.
“Mas não precisa ficar assustado, basta o doente ou a pessoa que suspeite ter a doença se cuidar. Evite uma maior exposição a agentes alergênicos, como ácaros, poeira e fumaça; e se agasalhe bem, protegendo as vias aéreas e pulmões. A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. O doente já nasce com o gene, que pode ser mais ativo ou não; às vezes, o portador nem sabe que tem a doença”, disse o médico.
Vivian Lorena tem apenas dois aninhos e é uma das tantas crianças que chegaram à observação pediátrica do HGE com falta de ar. Sua avó, Maria Marinalva da Silva, conta que desde o nascimento sua netinha sofre com falta de ar, mas foi no HGE que houve o diagnóstico da doença.
“Levei-a para um especialista em Pernambuco, que descartou a doença e defendeu que era uma bronquite alérgica crônica. Isso já faz algum tempo e ela deixou de ficar com a respiração cansada. Era muito difícil vê-la tão agoniada, com os olhos avermelhados, tossindo, espirrando e nervosa”, recordou.
O pneumologista explica que é comum a confusão entre a bronquite alérgica crônica e a asma. “Muitas vezes, o que diferencia são fatores epidemiológicos, uma vez que a asma é mais comum na infância e a bronquite crônica costuma surgir em adultos fumantes. Além disso, a asma pode vir acompanhada de sinusite e renite alérgica”, explicou o médico.
Luiz Claudio Bastos acrescenta que a asma é uma doença que pode ser progressiva se não for tratada adequadamente; já a bronquite crônica é uma doença progressiva, causa destruição e formação de cicatriz (não só nas vias aéreas, como no tecido pulmonar) e a tosse é tipicamente com catarro persistente provocada principalmente pelo tabaco.
“O pulmão do asmático é diferente de um pulmão saudável, como se os brônquios dele fossem mais sensíveis a fatores externos, reagindo ao menor sinal de irritação. Por isso é preciso que o doente se cuide para evitar as crises e saiba controlá-las em caso de aparecimento”, explicou Luiz Cláudio.
O controle da doença vai desde a higienização do ambiente no qual o doente está inserido até a utilização de medicamentos, como corticoides inalatórios e broncodilatadores. “É preciso que o portador tenha ciência do agente que causa sua alergia, consuma alimentos saudáveis, evite cheiros fortes, não seja sedentário e fuja da fumaça do cigarro e outros poluentes”, aconselhou o pneumologista.
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