O aumento no número de assaltos a ônibus urbanos em Maceió está preocupando rodoviários e passageiros que circulam diariamente pela capital alagoana. No ano passado, em 2016, foram registrados 1.069 assaltos a coletivos. Ou seja, 296 a mais que o ano de 2015, quando foram contabilizados 773 investidas criminosas contra coletivos urbanos.
A maioria dos crimes ocorreu nas Avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro, vias que fazem parte do principal corredor de ônibus da cidade.
As imagens fornecidas por uma das empresas de ônibus mostram alguns assaltos aos passageiros e aos cobradores.
As imagens não são nítidas porque foram gravadas por um sistema integrado de câmeras. Mas em uma delas é possível ver bem quando o homem de camisa com listras leva o dinheiro do caixa do cobrador, enquanto outro assaltante toma objetos e dinheiro dos passageiros.
Em outro assalto, desta vez a um micro-ônibus de transporte complementar, três assaltantes, dois deles armados e agressivos, chegam a agredir uma passageira que está com uma criança no colo. Na ação, antes de ir embora eles ainda ameaçam matar o motorista e o cobrador.
Preocupação
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Alagoas (Sinttro-AL), Écio Ângelo, além de medo e prejuízos financeiros os assaltos também vêm provocando afastamento de rodoviários por problemas psicológicos.
“Os assaltos causam além do medo, prejuízos e doenças. Tanto em passageiros como em motoristas e cobradores que ficam traumatizados com a violência. Ao menos 100 rodoviários, dos mais de 3 mil estão afastados do trabalho fazendo tratamento psicológico por conta da violência", relata Écio.
No entanto, o presidente do Sinttro diz que confia no trabalho da polícia e que em dezembro, quando se temia um aumento no número de assaltos, eles diminuíram.
“Houve uma queda significativa no mês de dezembro que registrou 54 assaltos. Para um sistema que tem 640 ônibus circulando, então foi uma queda até expressiva”, diz o presidente do Sinttro-AL.
Segurança
O secretário de Segurança Pública de Alagoas, coronel Lima Júnior, que todo mês se reuni com representantes dos rodoviários, diz que as estratégias de combate aos assaltos segue as mesmas e que houve reforço em dezembro.
Segundo ele, uma das dificuldades de combate o crime é que a maioria dos assaltos, segundo o secretário, é feita por adolescentes, que não ficam apreendidos.
“Grande maioria dos assaltantes são menores e a própria legislação do menor faz com que muitas vezes o menor saia da delegacia onde foi apreendido e apresentado primeiro que os policiais que o levaram. Isso cria uma reincidência muito grande na prática desse crime”, explica o coronel.
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