Para os cristãos e as cristãs, a semana santa, que se inicia com o Domingo de Ramos, recorda a entrada de Jesus em Jerusalém que vai até o grandioso evento da ressurreição. Nos tempos atuais, a ritualidade própria dessa semana se desenvolve de diversas maneiras, entre as quais por meio das celebrações cultuais e religiosas.

Contudo, a espiritualidade cristã não se reduz ao culto ou à religião, ainda que por eles seja celebrada. Ela se amplia por meio dos significados devendo ser uma expressão práxica, isto é, uma ação que transforma, porque o caminho percorrido por Jesus é, sobretudo, um caminho de transformações.

Todas as etapas do percurso que Jesus fez no seu tempo, especialmente nos seus últimos dias, apresentam características que demonstram um homem que levou sua missão até a última consequência: a morte na cruz por ter sido condenado pelos dois principais poderes do seu tempo, o político (representado pelos romanos), e o religioso (representado pelos fariseus). Esses poderes e os seus representantes se incomodaram com a proposta assumida por Jesus de instaurar o Reino de Deus e também com a liberdade de privilegiar a vida humana contra o legalismo e o religiosismo.

As perseguições, as torturas, as humilhações, o sofrimento e a morte foram por Jesus assumidos de tal maneira que Deus o ressuscitou para que todos os que n’Ele crerem sejam redimidos de suas limitações e alcancem a eternidade também por meio da ressurreição.

Também para os cristãos e as cristãs existe um caminho pedregoso, de perseguições, torturas, humilhações, sofrimento e morte porque o Reino de Deus, revelado por Jesus e motivo da sua missão, assumido até a última consequência, continua a incomodar os poderosos do mundo.

No entanto, a espiritualidade cristã, que deve ser assumida com a coragem do Mestre e instaurada através de um caminho de transformações, irrompe na história para transformar o mundo e os que nele habitam e se consolidar na eternidade onde todos serão acolhidos nos braços de Deus.

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