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SAÚDE E ESPIRITUALIDADE | Victor Oliveira
O Ungido de Deus é aquele que veio para servir
Salt & Gold Collection | Jessica BondO Ungido de Deus é aquele que veio para servir

“Eis o meu servo que eu sustento, o meu eleito, em quem tenho prazer. Pus sobre ele o meu Espírito, ele trará o direito às nações. Eu, Iahweh, te chamei para o serviço da justiça [...]” (Is, cap. 42, vers. 1; 6); “Disse-me: ‘Tu és meu servo, Israel, em quem me glorificarei’. [...] Disse Iahweh, aquele que me modelou desde o ventre materno para ser seu servo” (Is, cap. 49, vers. 3; 5). “Eis que meu Servo prosperará, ele se elevará, será exaltado, será posto nas alturas” (Is, cap. 52, vers. 13).


Conforme está registrado no livro do profeta Isaías, a Revelação de Deus se localiza naquele que assumiu a condição de servo e no serviço que desempenhou ao longo de sua trajetória, ou seja, o Messias, o Ungido de Deus é um servo que veio ao mundo para servir. No capítulo 61 do mesmo livro, eis uma prova: “O espírito do Senhor Iahweh está sobre mim, porque Iahweh me ungiu; enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres, a curar os quebrantados de coração e proclamar a liberdade aos cativos, a libertação aos que estão presos, a proclamar um ano aceitável a Iahweh [...]” (vers. 1-2). Vale destacar que o evangelista Lucas traz esta passagem em seu livro, ou melhor, afirma que em dia de sábado, numa sinagoga em Nazaré, Jesus toma o livro do profeta Isaías e lê esta passagem para a assembleia, revelando sua identidade e missão, qual seja, um servo que veio para servir (Lc. cap. 4, vers. 16-19).


Considerando a passagem do livro de Isaías, vimos que o servo afirma que o espírito de Deus está sobre ele e o enviou para “anunciar a boa nova aos pobres” (servir os empobrecidos); “curar os quebrantados de coração” (servir os que estão enfraquecidos, abatidos); “proclamar a liberdade aos cativos, a libertação aos que estão presos” (servir para confirmar a libertação e oferecê-la aos aprisionados).


Jesus de Nazaré, o Cristo, não foi um rei que veio para ser servido; não foi um doutor da lei que veio para legislar; não foi um juiz que veio para julgar; não foi um profeta que veio para falar; não foi um sacerdote que veio para ritualizar; não foi um guerrilheiro que veio para guerrear. Jesus Cristo foi um servo que veio para servir e para que todas(os) as(os) que são por ele servidas(os) tenham vida e a tenham em abundância (Jo, cap. 10, vers. 10). A Revelação de Deus por meio do serviço de Jesus Cristo recupera a dignidade humana (a começar por aquelas e aqueles das(os) quais a dignidade foi retirada) e a expande para além das religiões, das doutrinas, da injustiça, das leis, da violência, dos estigmas, enfim, para além dos limites impostos pela sociedade da barbárie.


Contudo, vale destacar que o texto aqui descrito não possui tão somente uma perspectiva narrativa para sublinhar que Jesus foi um servo que se dedicou a servir. A questão não é essa, pois as Escrituras já o fazem. A questão é: em que as cristãs e os cristãos que somos parecemos com Jesus? Por que são escandalosos para algumas cristãs e alguns cristãos os testemunhos de outras cristãs e outros cristãos que seguem Jesus, que são tão servas e servos como ele o foi e fazem como ele ensinou? O que o testemunho de Jesus e os testemunhos dos seus seguidores tem a nos dizer hoje, não sobre o que os outros são, mas sobre o que nós somos; não sobre o que os outros fazem, mas sobre o que nós fazemos?

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