As palavras de Jesus são assim registradas pelo evangelista João no capítulo 14, versículos de 1 a 4: “Cesse de perturbar-se o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar, e quando for e vos tiver preparado o lugar, virei novamente e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. E para onde vou, conheceis o caminho”.
Em texto anterior, sobre a paixão de Jesus Cristo, enfatizamos que “o Deus-Pai de Jesus não é aquele que impõe a cruz aos outros, mas O que os retira da cruz e os glorifica por meio da ressurreição e da eternidade quando a vida se transfigura e assume a sua totalidade derradeira”.
O Deus-Pai de Jesus o ressuscitou de tal maneira que o fez romper os limites do espaço e do tempo. Ao analisarmos a ressurreição de Jesus Cristo e a promessa da eternidade, reconhecemos duas dimensões muito importantes para nós, cristãos e cristãs. A primeira é a dimensão escatológica da promessa que se cumpre, como podemos identificar nas Escrituras por meio do Livro dos Atos dos Apóstolos (capítulo 1, versículo 3); do Evangelho segundo Lucas (capítulo 24, versículo 30 e seguintes); da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios (capítulo 15, versículos de 4 a 8). A segunda é a dimensão social presente na afirmação do próprio Jesus aos seus discípulos e registrada pelo evangelista Mateus no capítulo 28, versículo 20: “E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!”.
Contudo, a ressurreição de Jesus Cristo não se fragmenta em dimensões particulares de modo que uma seja mais importante do que a outra. A dimensão escatológica, transcendental, não é mais importante que a social, imanente, nem esta é mais importante que aquela. O grandioso evento da ressurreição compreende a totalidade dos acontecimentos, sociais e escatológicos.
O evangelista João registra no capítulo 10, versículo 10, as palavras de Jesus: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. A ressurreição é, portanto, a vida abundante de plenitude desde já, a abertura ao Reino de Deus a partir do presente até a sua consolidação futura e definitiva que atravessa a história e se concretiza na eternidade. Através da ressurreição de Jesus Cristo, irrompe no ser humano a necessidade de desenvolver suas potencialidades no curso da sua existência por meio da comunhão com Deus, assim como Jesus o fez através da comunhão com o ser humano instaurando um caminho de transformações.
Nós, cristãos e cristãs, não temos uma fé que nos leva ao sepulcro e nos mantém nele, mas para além dele a nossa fé nos leva à ressurreição. Um famoso pensador cristão registra que seguir Jesus é perseguir seu caminho, prosseguir sua causa e conseguir sua vitória. E esta é a ressurreição de um povo a caminho.
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