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07/11/2016 16:38
Alagoas
Mais de 11 mil benefícios do Bolsa Família serão cancelados em Alagoas
Ministério encontrou irregularidades em benefícios após fazer pente-fino.
G1/AL

Mais de 11 mil beneficiários terão o Bolsa Família cancelado em Alagoas, e outros 19 mil terão o benefício bloqueado. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (7) pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), que realizou um pente-fino no programa e encontrou irregularidades em 1,1 milhão de benefícios em todo o Brasil.

 


O cancelamento do benefício foi determinado para famílias que, segundo o MDSA, têm renda per capita acima de R$ 440.

 


Já o bloqueio foi aplicado nos casos em que o ministério verificou renda familiar per capita entre R$ 170 e R$ 440, e vale até que sejam esclarecidos eventuais erros no cadastro dos beneficiários.

 


Em Alagoas, no total, serão 11.428 cancelamentos e 19.246 bloqueios do benefício. Segundo a Secretaria de Estado de Assistência e do Desenvolvimento Social (Seades), até o mês de setembro, o estado possuía mais de 400 mil beneficiarios.

 


Em nível nacional, foram 469 mil cancelamentos e 654 mil bloqueios, que somados representam 7,9% dos 13,9 milhões de benefícios concedidos no programa.

 


Os cancelamentos e bloqueios serão informados via extrato bancário ou pelo aplicativo de celular do Bolsa Família. O comunicado trará o motivo do corte e os procedimentos que deverão ser tomados. O prazo de regularização será de três meses.

 


O Bolsa Família é voltado para famílias em extrema pobreza, com renda per capita mensal de até R$ 85,00, e para famílias pobres, com renda per capita mensal entre R$ 85,01 e R$ 170,00.

 


Segundo o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, serão realizadas verificações mensais para identificar eventuais fraudes no cadastro do Bolsa Família. Ele deu entrevista coletiva em Brasília no início da tarde para apresentar os dados sobre irregularidades no programa.

 


“Nós vamos, todos mês, passar um pente-fino, vai ser uma ação regular”, disse o ministro de Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra. “O objetivo é separar o joio do trigo. Quem precisa, terá acesso ao programa”, completou.

 


Além dos beneficiários que tiveram o pagamento suspenso ou cancelado, outras 1,4 milhão de pessoas foram convocadas para fazer atualização cadastral. Essas famílias, com renda per capita menor que R$ 170,continuarão a ser atendidas.

 


Com os benefícios que deixarão de ser pagos após o pente-fino, o governo estima que deixará de ter um gasto anual de R$ 2,4 bilhões. O ministro ponderou que esse valor pode mudar à medida em que esclarecimentos sejam fornecidos pelos beneficiários e bloqueios sejam revertidos.

 


Terra disse que o valor economizado será revertido para programas sociais ou para novos benefícios do Bolsa Família, com possibilidade inclusive de contribuir para um reajuste do benefício em 2017. “O reajuste deste ano foi muito acima da inflação, o do ano que vem também pode ser”, disse.

 


Segundo o MDSA, o programa tem hoje cerca de 13,9 milhões de beneficiários. Ao aderirem ao programa, as famílias têm que cumprir algumas contrapartidas, como manter frequência escolar das crianças e o cartão de vacinação em dia.

 


Doações eleitorais

 


No dia 3 de novembro, o governo anunciou que 13 beneficiários do Bolsa Família haviam sido convocados para atualização cadastral. Os pagamentos a essas pessoas haviam sido bloqueados após a constatação, por meio de cruzamento de dados, de que elas fizeram doações eleitorais.

 


No anúncio, o ministério informou que os beneficiários têm permissão para fazer doação eleitoral, mas seria necessário verificar a coerência entre a doação e a renda da pessoa.

 


O prazo para esse esclarecimento é de seis meses. Se não for apresentada nenhuma justificativa nesse período, o benefício será cancelado. As famílias que não se enquadram mais nas regras do Bolsa Família serão desligadas do programa.

 

Nos casos em que não houve doação, mas o CPF do beneficiário consta entre os doadores, é preciso comunicar o erro à gestão do Bolsa Família no município.

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