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Uma tarde recheada de música, passando por Bach, Mozart, Villa-Lobos, Tom Jobim e Luiz Gonzaga, indo até a Michael Jackson e Anitta. Esse foi parte do repertório que centenas de crianças e adolescentes da rede pública de ensino ouviram em um concerto, no Teatro Deodoro.
Para um teatro lotado, a Orquestra Maré do Amanhã, do Rio de Janeiro, se apresentou na terça-feira (16), com o apoio da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal) e da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
Carlos Eduardo Prazeres, coordenador do projeto, disse que a Orquestra Maré do Amanhã nasceu de um momento de dor. Seu pai, o maestro Armando Prazeres, foi sequestrado e morto, em 1999, e seu carro foi encontrado no Complexo da Maré. O crime nunca foi desvendado pela polícia.
“Então eu decidi transformar a dor em caminho para transformação de vidas. Escolhi a Maré para iniciar uma revolução transformadora com crianças e adolescentes das escolas públicas da região onde, supostamente, moraria o assassino de meu pai”, explica ele.
Criada em 2010 para ensinar música clássica a crianças e adolescentes, com objetivo profissionalizante, a orquestra começou preparando 40 crianças no ensino de teoria musical, violino, violoncelo e flauta.
Segundo Carlos Eduardo, a orquestra não é apenas um projeto social, mas oferece uma oportunidade real de mudança de vida para seus alunos, preparando cada um deles para o mercado de trabalho, enquanto evita que sejam arregimentados pelo tráfico de drogas.
Hoje, a Orquestra Maré do Amanhã atende 1.300 crianças, atingindo as 16 comunidades do Complexo.
Social
A diretora-presidente da Diteal, Sheila Maluf, destaca a importância do trabalho desenvolvido pela Orquestra da Maré, e afirma que essa meta social é a marca do trabalho da Diretoria de Teatros.
“Ano passado, a gente recebeu no Deodoro a Orquestra Neojiba da Bahia, que trabalha na mesma linha da Orquestra da Maré do Amanhã. E a Diteal desenvolve um trabalho social com crianças e adolescentes na área de ballet”, informa ela.
Esse projeto, o Dança a Serviço da Educação, atende 50 crianças e adolescentes de escolas públicas estaduais e municipais. As aulas começaram no início do ano, e no próximo mês serão realizados, nos dias 24, 25 e 27, espetáculos de conclusão do projeto no Teatro Deodoro.
Para desenvolver o Dança a Serviço da Educação, o Ballet Maria Emília Clark, que venceu um edital, recebeu um aporte financeiro oriundo da Diteal, no valor de R$ 25 mil.
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