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Quem tem que fazer uma cirurgia cardíaca em Alagoas pelo SUS precisa esperar em uma longa fila. Alguns pacientes aguardam há mais de um ano pelo procedimento e sem expectativa de operar. De olho na situação, a Defensoria Pública entrou na Justiça para pedir por providências.
De acordo com o defensor Daniel Alcoforado, 27 pessoas em estado mais grave precisam ser operadas com urgência. "É preciso que os entes públicos fiscalizem o cumprimento desses contratos, desses convênios", afirmou.
Segundo o cirurgião cardiovascular José Wanderley, da Santa Casa de Maceió, há mais de 150 pessoas esperando, só neste hospital. "A estimativa é que este ano a gente opere a metade dos doentes que a gente operava há cinco, dez anos atrás. Então, isso é muito ruim para a população", disse.
A demora nas cirurgias cardíacas, diminui a chance de recuperação do paciente, que pode morrer enquanto espera.
"Doença cardíaca é uma doença que impõe sempre em risco a vida do paciente. Se tem indicação de uma cirurgia e ele demora na fila, ou ele morre, ou ele vai ser operado, se consguir ser operado, em condições muito piores, piorando a expectativa dele de sair vivo", ressaltou o cirurgião.
Elani Cristina passa por essa espera. No caso dela, a cirurgia tem que ser feita com urgência e esta é a terceira cirurgia que vai fazer. Desta vez ela vai substituir uma válvula na veia aorta. "Resolvam logo essa questão porque são vidas que estão em jogo por conta de uma cirurgia", falou ao comentar sobre a situação.
A demora para a cirurgia que já deveria ter sido feita há quatro meses está comprometendo a qualidade de vida dela.
O que dizem para a paciente no hospital é que está faltando leitos de UTI para fazer cirurgias cardíacas em pacientes atendidos pelo SUS.
A responsabilidade pela contratação de leitos é das secretarias estadual e municipal de saúde. O secretário de saúde de maceió, Thomás Nonô, disse que existem os leitos disponíveis nos hospitais e que convocou os diretores dos hospitais a darem explicações sobre os descumprimentos dos contratos com o município.
Ainda segundo a defensoria, é preocupante a redução de cirurgias cardíacas no estado. Na década de 90 eram feitos 425 procedimentos cirúrgicos. Esse número caiu para 269 em 2016.
A Secretaria de Saúde de Alagoas confirmou que só no mês passado das 43 cirurgias previstas apenas 17 foram realizadas pela Santa Casa e afirma que desconhece o motivo da não realização de todas as cirurgias programadas.
De acordo com Daniela Alcoforado, além da ação civil pública, ele vai convidar representantes das secretarias e dos hospitais para uma reunião na Defensoria.
Fonte: G1
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