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Um dos principais sistemas estuarinos de Alagoas, a Lagoa do Roteiro é fonte de vida para centenas de famílias que sobrevivem da pesca do maçunim, sururu e peixes. Ela também inspirou projeto de professora e estudantes da 2ª série do ensino médio da Escola Estadual Tarcísio Soares Palmeira – extensão Roteiro – que desenvolveram um bloco de construção civil a partir das cascas dos mariscos descartadas às margens da lagoa.Com um forte viés social e ambiental, o projeto é o único alagoano inscrito entre os 25 vencedores regionais do Prêmio Respostas para o Amanhã, uma iniciativa da Samsung que premia trabalhos da rede pública de ensino que proponham soluções para melhorar as comunidades onde vivem, contribuindo para uma sociedade mais sustentável.
Coordenadora do projeto, a professora de Biologia Flávia dos Santos conta como surgiu a ideia da pesquisa. “As cascas de marisco, após descartadas, permanecem com um resto orgânico que gera necrochorume e prejudica o subsolo. Todos os anos, em nossa feira de ciências, a Excontec, incentivamos os alunos a desenvolverem projetos que tragam benefícios às suas comunidades. Foi que aconteceu com os nossos alunos aqui de Roteiro, muitos deles filhos de pescadores e marisqueiras e que queriam buscar uma solução para um problema do seu cotidiano”, revela a professora.
As estudantes Wilma Ferreira e Ana Jackeline Lima conhecem bem essa realidade, visto que suas famílias sobrevivem da pesca. Hoje, ambas são multiplicadoras deste conhecimento para seus parentes e amigos.
“Por ser marisqueira, me interessei de imediato pelo projeto. Muitas por vezes, por não ter um local adequado para o descarte, as pessoas jogam as cascas na beira da lagoa, no quintal de casa, sem ter consciência do perigo que isso traz ao meio ambiente”, alerta Wilma. “Após essa pesquisa, passei a conscientizar meus familiares a não fazer esse tipo de descarte, que era ruim para o meio ambiente. Eles mudaram de atitude”, comemora Ana Jackeline.
Bloco sustentável – O bloco ecológico feito pelos alunos leva, dentre outros ingredientes, pó das cascas de marisco (triturado em pilão), areia, piçarro, cimento e água e, quando colocado em forma para secar, demora três dias para ficar pronto.
A estudante Elaine Pereira enumera as vantagens do bloco ecológico em comparação com o convencional. “O bloco convencional usa muita areia, que possui silício e deixa o mesmo com um aspecto muito poroso. Já o nosso bloco é rico em cálcio, encontrado nas cascas do marisco e, consequentemente, muito mais resistente”, explica a garota.
A professora Flávia dos Santos destaca ainda outro aspecto positivo do projeto: seu custo de produção é mais barato. “O bloco convencional custa, em média, 85 centavos, já o nosso sai por 55”, informa.
Benefícios – Os alunos pensam em ampliar o projeto e a produção do bloco ecológico para que o mesmo possa gerar renda extra para a comunidade de pescadores.
“Queremos diminuir a poluição e, ao mesmo tempo, apresentar aos pescadores uma alternativa a mais para o seu sustento”, garante o estudante João Henrique dos Santos.
O pescador Cícero Ulisses dos Santos apoia a iniciativa. Pai de seis filhos e avô de oito netos, ele começou na pesca muito jovem. “Essa lagoa é uma mãe para nós e tudo que for feito para o bem dela é bem vindo e tem o nosso apoio”, afirma Cícero, que é fiscal conselheiro da Colônia de Pescadores Z-24 em Roteiro.
Rosa Quitéria Gouveia, diretora da Escola Tarcísio Soares Palmeira, aponta outro benefício do projeto: além de ajudar o meio ambiente e a comunidade, ele faz com que os estudantes se desenvolvam melhor em sala de aula. “Percebemos que, após os projetos, alunos que, até então, eram tímidos, passam a se expressar melhor. Ficam mais participativos, fazem grupos de estudo. As pesquisas fazem com que saiam um pouco da rotina de sala de aula e isso ajuda a desenvolver muitas habilidades”, frisa.
O Prêmio – O projeto do bloco ecológico é um dos 25 vencedores regionais do Prêmio Respostas para o Amanhã e, em virtude disso, a Escola Tarcísio Soares Palmeira já foi contemplada com um notebook pela Samsung. Agora, os 25 finalistas partem para São Paulo, onde participam da disputa da etapa nacional. Lá, serão conhecidos os cinco projetos vencedores nacionais e os cinco vencedores do júri popular. A cerimônia de premiação acontece no dia 5 de dezembro, às 18h30, no Complexo Aché Cultural, no bairro de Pinheiros.
Fonte: Assessoria
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