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Fazendo renda para as roupas das bonecas aos seis anos de idade. Foi assim que Maria Severiano dos Santos, de 53 anos, aprendeu o ofício de rendeira de bilro passado por sua mãe, a artesã Clarice Severiano.
A filha do meio de três irmãs acaba de ser reconhecida pelo Governo do Estado como Patrimônio Vivo de Alagoas, assim como sua mãe já foi um dia. Maria de Clarice, como é conhecida, faz parte da 4ª geração da família de rendeiras cujo ofício já tem continuidade certa com os membros mais novos.
O reconhecimento do trabalho é marcado por emoção. Para ela, receber o título que já foi de sua mãe, falecida em 2012, é a confirmação de que está no caminho certo.
“Tenho certeza de que ela está muito feliz lá em cima, assim como eu estou agora. O legado que minha mãe deixou serviu para que eu me tornasse o que sou hoje e agora mais do nunca vai servir para que eu possa ajudar a manter essa tradição”, conta a artesã.
A renda de bilro exige mãos pacientes e cuidadosas. Uma peça simples da renda pode levar de três a quatro dias para ser finalizada, enquanto os mais detalhados podem levar meses até que sejam entregues.
De acordo com Daniela Vasconcelos, Gerente de Design e Artesanato da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas (Sedetur), o reconhecimento de Maria de Clarice como Patrimônio Vivo de Alagoas é motivo de comemoração.
O edital para Patrimônio Vivo só é aberto após o falecimento de algum mestre. Este ano, apenas uma vaga foi disponibilizada para representantes da cultura popular de Alagoas. Ao todo, 34 mestres de diversas variações culturais participaram do edital.
Após a divulgação do edital por parte da Secretaria de Cultura do Estado, é feito um trabalho de incentivo pela Sedetur para que os mestres do artesanato sejam reconhecidos com o título. Para receber, os candidatos precisam ser brasileiros residentes em Alagoas há 20 anos e com participação comprovada na atividade inscrita.
“Hoje temos seis mestres artesãos reconhecidos como Patrimônio Vivo, mas ela é a única mestra artesã de fios e tecidos no Estado. É um reconhecimento muito importante para os mestres e o artesanato alagoano”, afirma Daniela.
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