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18/11/2016 11:00
Brasil
'Colocaram a arma na minha cabeça', diz mulher feita refém por quadrilha
Treze homens foram presos e 30 quilos de explosivos foram localizados
Criminosos mantêm família refém da Zona Oeste de SP / Foto: Reprodução TV Globo
G1

A mulher feita refém por uma quadrilha em sua casa na Zona Oeste de São Paulo nesta sexta-feira (16) disse que forçou o fechamento da porta de um cômodo na tentativa de evitar a entrada da quadrilha e que foi aterrorizada pelos criminosos. Eles entraram na casa da comerciante Lucimar Bendo, de 54 anos, no Jardim João 23, após uma tentativa de roubo a caixa eletrônico. Pelo menos 13 criminosos foram presos.


"Usei um armário para tentar evitar a abertura da porta, mas quebraram a porta com uma escada e conseguiram entrar. Colocaram uma arma na minha cabeça e disseram que, se eu não fizesse o que eles quisessem, me matariam", contou Lucimar. 


"Foi terrível. Agora tenho que agradecer a Deus pela vida. Em segundos a gente pode perder tudo", disse ao conversar com jornalistas nesta manhã.


Homens fortemente armados com fuzis tentaram explodir um caixa eletrônico no Shopping Granja Viana, em Cotia, durante a madrugada. Uma equipe da polícia militar suspeitou do comboio e fez uma abordagem. Neste momento, houve troca de tiros, dois policiais ficaram feridos, a quadrilha conseguiu fugir e chegou ao bairro Jardim João 23.


Por já monitorar os criminosos, a Polícia Civil sabia que uma oficina mecânica da região era um ponto de encontro. Houve uma segunda troca de tiros, registrada em vídeo por uma moradora do bairro.


Durante o tiroteio, antes da invasão de sua casa, Lucimar ligou para uma sobrinha. Os homens fugiram pelo bairro e invadiram sua residência na Rua Padre João da Cunha.


Ela estava sozinha em casa no momento da invasão e foi mantida refém, mas não ficou ferida, apesar das ameaças. "Conseguiram quebrar minha porta dos fundos, que era de vidro. Deram tiros nela, arrombaram e entraram. Nesta hora eu já estava lutando pela minha vida", relatou dona Lucimar. Ela disse que empurrou o guarda roupas para impedir que entrassem em seu quarto, mas acabaram entrando.


Os policiais civis negociaram com os criminosos durante aproximadamente uma hora. Os criminosos exigiram a presença da imprensa, de familiares e de um advogado que garantisse a integridade deles. A polícia, em contrapartida, exigiu que a quadrilha liberasse pentes de fuzis.


A quadrilha se rendeu e às 6h55 os primeiros criminosos deixaram a casa. Pelo menos quatro deles foram baleados e apresentaram ferimentos na perna. Onze homens foram presos na casa de Lucimar, outro foi encontrado na casa ao lado e outro foi localizado quase uma hora mais tarde no telhado de outro imóvel vizinho.


Os policiais também encontraram duas granadas na vizinhança que foram atiradas pelos criminosos. Uma delas foi detonada e localizada junto a estilhaços e marcas de sangue na laje de um imóvel vizinho. A outra foi desativada pela Força Tática.


Outros 30 kg de explosivos ainda foram encontrados na oficina mecânica, bem como carros blindados utilizados na fuga. Às 11h, a área onde os artefatos foram localizados continuava isolada devido ao seu grande poder de explosão.


O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) assumiu as investigações. Os 13 criminosos presos foram levados para prestar depoimento na delegacia. Foram apreendidos sete fuzis e coletes à prova de balas.


Shopping


O esquadrão antibomba foi até o Shopping Granja Vianna na manhã desta sexta. O empreendimento abriu por volta das 11h e funciona normalmente.

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