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“Foi uma ação de defesa, o tiro foi preciso, na direção dos seus agressores”. Na primeira fala oficial da Polícia Militar após a morte do universitário Cícero Maximino da Silva Júnior, de 21 anos, em um blitz em João Pessoa, o tenente-coronel Lamark Victor, comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, explicou nesta segunda-feira (24) que o policial atirou contra os ocupantes da moto para se defender, diante do avanço do veículo e do gesto de um deles em sacar uma arma.
Cícero Maximino da Silva Júnior que morreu com um tiro da Polícia Militar na última sexta-feira (21) após ser atingido por um tiro no pescoço quando passava por uma blitz na Avenida João Maurício, na orla da praia de Manaíra, em João Pessoa. Conforme versão da polícia, Cícero e um outro homem, que pilotava a moto, furaram a fiscalização e tentaram atropelar um policial. Na versão do amigo do jovem morto, que se identifica como o piloto da moto, ele não percebeu a blitz e seguiu o trajeto, só vindo a parar quando notou que o amigo havia caído da moto.
“O policial está na rua para defender a sociedade, mas também está para se defender. O policial reagiu ao perceber que o motociclista não parou na blitz e acelerou em sua direção. E ainda mais tentando sacar uma arma. Então ele reagiu. Talvez não tenha atingido o piloto, porque até agora para a Polícia Militar ele é desconhecido. Atingiu o garupa, que foi socorrido, mas veio a óbito”, comentou o tenente-coronel.
Ainda de acordo com o comandante Lamark Victor, a arma apreendida no caso, supostamente pertencente ao motociclista que guiava a moto, foi encontrada embaixo de um carro estacionado na área da blitz. “Um cidadão percebeu que um motociclista deixou algum objeto embaixo de um veículo, e nas averiguações posteriores identificaram que era essa arma. Se este motociclista era esse que estava na blitz ou coincidentemente é outro motociclista, isso tem que ser investigado. Agora, plantar arma, a Polícia Militar não tem esse procedimento”, garantiu o policial.
O comandante explicou que é preciso, antes de tudo, entender o que motivou o motociclista a furar a blitz, antes de questionar a reação da polícia. “O condutor precisa ser identificado e responder o porquê da ação dele. Foi a ação dele que de fato provocou a reação da polícia. Portanto, é a ação dele que precisa ser explicada, antes mesmo da gente entender o porquê desse disparo”, acrescentou.
Sobre a inconsistência na versão da Polícia Militar, Lamark Victor rebateu explicando que o depoimento do motociclista é inquestionável. “Não há questionamento da fala dele. Até agora só há questionamento sobre a arma e sobre a ação da polícia. Eu não sei se ele foi até o Hospital de Trauma de João Pessoa. Ele não foi identificado por nenhum policial. Ele não foi identificado na delegacia. Eu não sei se esse rapaz que aparece na imagem é o piloto. Eu não sei porque ele fugiu”, arrematou.
Corpo do jovem foi liberado
O pai e a irmã de Cícero Maximino Júnior estiveram na Gerência Executiva de Medicina e Odontologia Legal (Gemol), em João Pessoa, no domingo (23) para liberar o corpo do jovem. Miriam da Silva lamentou a morte. "Tiraram todos os sonhos que meu irmão tinha. O maior sonho dele era se formar, agora no final do ano. Destruíram com o sonho dele, com o de todos nós", lamentou. Cícero era estudante de Fisioterapia e morava em Teotônio Vilela, em Alagoas. Ele estava em João Pessoa a passeio quando foi baleado na blitz.
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