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O relator da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) minimizou neste domingo (1º) a pressão de uma ala tucana para que ele deixe o posto e afirmou que “esse vozerio de ordem político-partidária” não o atinge.
O anúncio da escolha de Andrada para a relatoria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara foi feito na quinta-feira (28) e só acirrou o racha na bancada do PSDB.
Temer é acusado de obstrução à Justiça e organização criminosa e, para que o Supremo Tribunal Federal (STF) o investigue, é preciso que a Câmara dê a autorização. Além dele, também foram denunciados por organização criminosa os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil).
Com o agravamento da crise política e as acusações de corrupção envolvendo integrantes do Palácio do Planalto, parte dos tucanos tem defendido o desembarque imediato do governo.
Na terça-feira (3), o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli (SP), reunirá a bancada para discutir esse assunto.
“Esse vozerio de ordem político-partidária, isso existe, mas em mim não atinge nada. A única coisa com que tenho vinculações é com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que foi quem me nomeou”, afirmou ao G1.
E acrescentou: “Não é muito grande a pressão, não. Isso tudo é mais os jornais que colocam, mas não tem isso, não. Mas esse problema do partido eu não levo em conta. Só levo em conta uma pessoa, que é quem me nomeou, que é o presidente da comissão de justiça. Ele me nomeou, ele pode me afastar. Ele me nomeou, ele pode me manter”.
Ao Blog da Andréia Sadi, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que não pretende tirá-lo da relatoria, a não ser que ele queira.
Governista, Andrada é ligado ao grupo do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), principal interlocutor de Temer no PSDB. Caberá a ele elaborar um parecer a favor ou contra o prosseguimento da denúncia.
Para ele, haver descontentamento em relação a sua escolha como relator “faz parte do jogo político”.
“Esses problemas de partido sempre têm. Uns são favoráveis, recebo muitas cartas e manifestações de apoio, de elogio, e tem sempre também apelos para largar, pessoas do povo que são contra o Temer acham que a minha presença ali nem deveria existir. Enfim, isso faz parte do jogo político”, disse.
Diante da pressão de parte do PSDB, o presidente Michel Temer entrou em cena para garantir que o deputado Bonifácio de Andrada permaneça como relator da denúncia contra ele na comissão.
Fonte: G1
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