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Cento e trinta e sete índios foram assassinados no ano passado, no Brasil. O número é quase o mesmo de 2014, quando foram registradas 138 mortes.
Os dados são da Secretária de Saúde Indígena, a Sesai, e foram divulgados na última quinta-feira (15) pelo Conselho Indigenista missionário (Cimi), no relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil 2015.
A situação mais grave foi no Mato Grosso do Sul, que registrou 26% das mortes, a maioria dos Guarani Kaiowá. Elson Gomes Kaiowá, liderança indígena em Caarapó relata a situação no estado.
Cento e quatro desses homicídios foram mapeados pelo Cimi. Pelo menos cinco deles estão diretamente relacionados a conflitos agrários.
É o caso, por exemplo, de um casal de indígenas do povo Tupinambá, Jorge Carlos Amaral e Maraci Oliveira, encontrados mortos em um matagal. Eles estavam recebendo ameaças.
Outro caso destacado no relatório foi o assassinato de uma criança indígena de apenas dois anos, morta com um golpe de estilete no pescoço enquanto era amamentado, em Santa Catarina.
Roberto Liebgott, coordenador do Cimi Sul, afirma que a omissão do poder público, especialmente em relação ao direito à terra, tem impacto na vida das comunidades. Em 2015, apenas sete terras indígenas foram homologadas no país.
Outro ponto destacado por ele é a forma como essa violência é praticada.
O relatório mostra casos de extrema violência, como o de anciões que tiveram os tornozelos quebrados.
Desde 2003, quase 900 indígenas foram assassinados. Os números podem ser ainda maiores, porque só a partir de 2014 o relatório tem os dados oficiais fornecidos pela Sesai.
Ao todo, 19 formas de violências e violações praticadas contra os povos originários são detalhadas no documento.
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