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23/07/2018 12:07
Brasil
Crianças pintam e rabiscam cavalo em atividade na Hípica de Brasília
ONG aponta maus-tratos; fiscalização nega e pede programa pedagógico para decidir se autua local. Escola diz que animal não se estressou.
/ (Foto: Ana Paula Vasconcelos/Arquivo pessoal)

Crianças que participavam de uma colônia de férias na Sociedade Hípica de Brasília, na última semana, foram autorizadas pelos monitores a usar tintas e canetinhas para "rabiscar" um dos cavalos do espaço.

 

 

A atividade, considerada pedagógica pela hípica, é vista por ONGs de direitos dos animais como maus-tratos. A fiscalização apontou que o cavalo estava em boas condições e notificou os responsáveis a apresentarem o programa pedagógico – só depois disso o Ibama tomará uma decisão (leia mais no fim da reportagem).

 

 

Na imagem compartilhada pela advogada e ativista Ana Paula Vasconcelos, é possível ver que as tintas se espalharam pelo dorso, pelas patas e pelo focinho do animal.

 

 

"Eles tiveram a brilhante ideia de colocar o cavalo como tela de pintura, dizendo que seria atividade pedagógica. Disseram que era um cavalo resgatado, mas isso não justifica. A crueldade é a mesma", diz Ana Paula.

 

 

"É um desserviço. A gente tenta, o tempo todo, construir uma ideia de respeito aos animais. De repente, as crianças são colocadas nesse tipo de atividade?"

 


Tinta não nociva


A pintura é atóxica e não faz mal ao cavalo nem à criança, segundo o responsável pelo marketing da Escola de Equitação da Hípica, Muriell Marques.

 

 

"Isso se usa muito lá fora, ainda está chegando no Brasil, que é a pintura atóxica. Depois, a gente leva o animal para ser lavado e a própria criança ajuda a lavar", afirmou. "É visível que o animal está tranquilo, que não estava estressado."

 

 

"É uma tinta indicada para brincadeiras com crianças. Se não faz mal para a criança, vai fazer mal para o animal?"
A brincadeira foi uma das atividades de equoterapia na colônia de férias da Hípica. De acordo com a escola, ela incentiva a interação da criança com o animal, e foca em jovens com medo ou que tenham necessidades especiais.

 


O que dizem os órgãos


Fiscais do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) foram à escola neste fim de semana.

 

 

"Segundo os fiscais, não foram configurados maus-tratos e o animal estava em boas condições", informou o Ibram, em nota.

 

 

A Hípica foi notificada pelo Ibama, mas não autuada. O plano pedagógico que justificou a iniciativa será avaliado antes de o órgão tomar uma decisão.

 

Fonte: G1

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