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17/10/2016 19:15
Brasil
Equipamentos do Água Para Todos encurtam caminhos da seca
Moradores do seminário que antes andavam longas distâncias em busca de água contam agora com cisternas e poços
Programa atende famílias atingidas pela seca que moram na zona rural e estão inscritas no CadÚnico, cuja renda per capita é de R$ 154 / Reprodução/Agência Brasil
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A aposentada Conceição Santos, 78 anos, mora em Feira de Santana, na Bahia, tinha o hábito de caminhar longos trechos a pé em busca de água. "Chegava, às vezes, no meio do caminho e a lata caía e quebrava, tinha de voltar para buscar mais."

 

Essa rotina acabou há um ano com a instalação das cisternas do programa Água para Todos. "Essa cisterna facilitou muito minha vida. Aliviou as pernas."

 

Presente em regiões onde a escassez de água é mais intensa, o programa Água Para Todos vai muito além da instalação de cisternas para consumo humano e produção de alimentos. O programa prevê a construção dos chamados sistemas coletivos de abastecimento de água, que são equipamentos de captação, adução, tratamento, reserva e distribuição de água, oriunda de rios, poços ou nascentes.

 

O programa conta ainda com a construção de barreiros, pequenas contenções para captar água da chuva, que serão usadas para abastecer a produção agrícola e para a alimentação. O investimento em cada sistema chega a R$ 120 mil e atende 40 famílias.

 

Há ainda as barragens subterrâneas, em que são feitas escavações de valas até as rochas, cujas paredes são forradas por lonas de plástico e preenchidas com o solo retirado, de forma a reter a água da chuva. Cada barreiro custa cerca de R$ 40 mil e tem capacidade para atender até 50 famílias.

 

Também são disponibilizados kits de irrigação que são compostos por caixa d'água, bomba e mangueira. Reunidos, eles formam um pequeno sistema de irrigação, com capacidade para irrigar, por gotejamento, uma área de 500 a 2 mil metros quadrados.

 

Essas ferramentas podem ser instaladas de forma combinada nas comunidades rurais, para potencializar a captação e armazenamento de água. Elas permitem que famílias do semiárido nordestino possam conviver com a seca, criar animais e manter o cultivo de alimentos.

 

As maiores beneficiadas são mulheres e crianças, sobre quem recaía a tarefa de ter de caminhar longas distâncias e perder várias horas do dia para buscar água.

 

Além de promover a universalização do acesso à água, o Água para Todos oferece também capacitação técnica para a população beneficiada sobre o manuseio da água, para que haja melhor aproveitamento e diminuição de doenças.

 

Investimentos do governo federal

 

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), desde 2011 já foram investidos R$ 2,47 bilhões em cisternas em dez estados, em especial no semiárido da Região Nordeste e do norte de Minas Gerais.

 

O ministério instalou nesse mesmo período mais de 503 mil cisternas para armazenamento de água para consumo humano, 124,5 mil para produção de alimentos e cerca de 3 mil em escolas.

 

Em cinco anos, o governo federal implantou 399.313 tecnologias de abastecimento de água, sendo 391.280 cisternas, 2.545 sistemas coletivos, 752 perfuração de poços, 145 barragens subterrâneas, 3.011 kits de irrigação,1.025 barreiros e 555 tecnologias de tratamento de água.

 

Regras para o beneficiado

 

As famílias com problemas de abastecimento de água, para serem beneficiadas pelas cisternas de consumo, devem ser:

 

Moradoras de área rural;


Estar no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico);


Ter renda familiar per capita de até R$ 154 por mês;


Residir em local coberto com telhado adequado.



Além disso, não podem ser atendidas por um programa semelhante ao Água Para Todos que ofereça a mesma tecnologia. Uma família não pode receber duas cisternas, por exemplo.

 

A inserção no programa é automática no caso das cidades do semiárido que possuem moradores em situação de pobreza e extrema pobreza na área rural cadastradas no CadÚnico do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA).

 

Já as cidades que não integram essa região passam por análise do Comitê Gestor, composto pelo MDSA, pelo Ministério da Integração Nacional e também pelos ministérios do Meio Ambiente, das Cidades e da Saúde, entre outros órgãos.

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