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O Ministério Público Militar (MPM) orientou as Forças Armadas a instaurar inquéritos para apurar e, se for o caso, responsabilizar chefes do tráfico de favelas do Rio por disparos feitos contra militares. A abertura de investigações, porém, só será válida durante as operações realizadas no âmbito da intervenção federal.
"É de conhecimento notório que as quadrilhas que dominam as favelas são organizadas de forma hierárquica e extremamente rigorosa. Nenhum criminoso faz um disparo contra alguém se ele não tiver a ordem, a autorização do chefe [do tráfico]", afirmou o promotor militar Jorge Melgaço, que integra a comissão que acompanha a intervenção federal no Rio de Janeiro.
A medida foi reforçada em reuniões do MPM com o interventor federal, general do Exército Walter Braga Netto. Ainda assim, o órgão militar estabeleceu que a abertura das investigações só é legítima se os tiros forem feitos de algum ponto fixo da comunidade e em ações que contem com a participação do Gabinete de Intervenção Federal (GIF). Para o MPM, esses casos podem ser considerados crimes militares.
A instrução, aliás, já começou a ser posta em prática. A primeira abertura de inquérito desse tipo foi realizada contra traficantes da Praça Seca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. No dia 20 de maio, após incursões das polícias Civil e Militar na região, militares do Exército faziam uma ronda no Morro da Barão quando foram alvo de rajadas de traficantes.
Ninguém ficou ferido, mas um inquérito militar foi instaurado para apurar o caso. Naquele dia, segundo a orientação do MPM, seria Sérgio Luiz da Silva, conhecido como Da Rússia, o apontado como responsável pela tentativa de homicídio dos militares.
Isso porque até ser morto por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora Camarista Méier, era Da Rússia que chefiava o tráfico na Barão. O traficante foi baleado durante fuga para o Complexo do Lins, na Zona Norte. A partir da morte do bandido, os militares passaram a investigar a atuação de Cristiano de Souza Siqueira, conhecido como Tiano, indicado como possível sucessor de Da Rússia.
Fonte: G1
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