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Nos depoimentos de delação premiada, o operador financeiro Lucio Funaro afirmou que o advogado Antonio Claudio Mariz, amigo do presidente Michel Temer e que atuou na defesa do peemedebista, avisou o Palácio do Planalto sobre a possibilidade de que ele poderia fechar o acordo com o Ministério Público.
O operador financeiro disse que Mariz, que deixou a defesa de Temer nesta sexta-feira (22), ficou sabendo da possibilidade de delação por engano. Mariz já atuou como advogado de Funaro.
No depoimento, Funaro relatou que, no final de junho do ano passado, época em que Antonio Mariz ainda o defendia, enviou por engano ao advogado uma proposta de honorários, que deveria ter sido enviada ao escritório do criminalista Figueiredo Basto, especialista em delação premiada.
A intenção de Funaro à época era trocar de advogado para firmar o acordo de delação com o MPF.
Ele contou no depoimento que, logo depois disso, recebeu uma mensagem do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). No texto, enviado por celular, o peemedebista perguntava se ele faria delação premiada.
Funaro disse então que perguntou a razão da indagação de Geddel – segundo o operador financeiro, o ex-ministro contou que “a notícia [da delação] havia chegado no Palácio do Planalto”.
De acordo com o operador, diante disso, ele “percebeu que a informação havia sido repassada por Mariz a Michel Temer e que Temer prontamente acionou Geddel pra sondar o depoente”, diz trecho do termo de declaração de Funaro.
Procurada pelo G1, a assessoria do Palácio do Planalto disse que as declarações de Funaro "não procedem".
No depoimento, Funaro disse que xingou Mariz porque ele teria quebrado o sigilo profissional.
Nesta sexta, Antônio Mariz decidiu deixar a defesa de Temer. Ele será substituído por Eduardo Pizarro Carnelós, que atua no escritório Carnelós e Garcia Advogados.
Mariz alegou que tomou a decisão de se desligar das ações judiciais que envolvem o presidente da República por questões éticas, em razão de já ter atuado na defesa do doleiro Lúcio Funaro, que fez acusações contra Temer em seu acordo de delação premiada. A assessoria do Palácio do Planalto afirmou ao G1 que não vai se manifestar sobre a decisão de Mariz.
Fonte: G1
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