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Um técnico de enfermagem, morador de Vitória, no Espírito Santo, descobriu que estava registrado como militar do Exército desde 1998 quando tentou tirar o registro profissional.
Joilson Barreto, de 35 anos, contou que recebeu a informação em setembro, quando foi a Junta Militar da capital para retirar a segunda via do certificado de reservista, documento que comprova a dispensa nas Forças Armadas.
Na Junta, ele teve a confirmação de que está lotado no 38º Batalhão de Infantaria, em Vila Velha. “Eu fiquei atônito quando me falaram. Perguntei: como assim? Eu nunca fiquei no Exército. Jurei a bandeira e fui dispensado”, afirma o técnico de enfermagem, que se alistou aos 18 anos, em 1998.
A comprovação de que Joilson foi “distribuído” pelo Exército está impedindo o registro profissional do recém-formado no Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren).
Isso porque ele precisa do certificado de reservista para dar entrada no conselho, e como na teoria ele está na ativa como militar, o comprovante de dispensa não existe. “Está atrapalhando tudo. Só falta esse certificado”, comenta.
A falta do documento já trouxe transtornos. Sem o registro profissional, Joilson chegou a perder uma vaga de emprego em um hospital.
Enquanto isso, ele se vira como pode e trabalha como lavador de carro e ajudante em um trailer no bairro Santa Lúcia. “Fui chamado para trabalhar e perdi a oportunidade”, lamentou.
A busca pela declaração que comprova dispensa tornou-se uma saga para provar que Joilson não é militar. Em 2015, o enfermeiro perdeu todos seus documentos, entre eles o certificado retirado no dia 27 de novembro de 1998, data em que ele foi dispensado por excesso de contingente, como consta na cópia do documento original.
Há dois meses, Joilson foi até a Junta Militar pela primeira vez e deu entrada na segunda via. Após pagar as taxas - no total de R$ 12,00 -, descobriu que não poderia retirar a dispensa por estar lotado.
A Junta Militar de Vitória confirmou que o nome de Joilson consta no quadro de militares distribuídos em 1998 e alegou que houve um erro porque na época o sistema não era informatizado. A justificativa causou estranheza no enfermeiro.
“É muito tempo para ninguém perceber um erro assim. O delegado que eu procurei disse que é fácil perceber que um funcionário listado na ativa não comparece ao serviço.” Joilson foi orientado a procurar a Delegacia de Defraudações e Falsificações (Defa).
Outro lado
Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército afirmou que o nome de Joilson Barreto, de 35 anos, não consta mais na relação de lotados no 38º Batalhão de Infantaria ou em qualquer outra organização militar do Exército Brasileiro.
“Foi realizada uma verificação nos controles internos e comprovado o equívoco cometido, sendo tomadas as providências no sentido de regularizar a situação e o respectivo cadastro da data de dispensa do cidadão”, afirma a nota do Exército.
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