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28/10/2016 12:45
Brasil
Justiça determina prisão preventiva de mais 4 suspeitos na operação Ápia
Operação da PF investiga esquema de desvio em fraudes em licitações
Outras quatro pessoas foram presas na Operação Ápia / Foto: Reprodução/TV Anhanguera
G1

A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (28) quatro mandados de prisão e quatro de busca e apreensão. As ações são desdobramentos da Operação Ápia, iniciada no dia 13 deste mês e que investiga um esquema de fraude em licitações, que desviou R$ 200 milhões no Tocantins. Um dos envolvidos é o ex-governador Sandoval Cardoso, que está preso na Casa de Prisão Provisória de Palmas desde o dia em que a operação começou.


A PF informou que as ordens foram cumpridas em Palmas e Araguaína. Dos quatro mandados, dois são contra pessoas que já tinham sido presas temporariamente na primeira etapa. A polícia disse que por causa das contradições encontradas nos primeiros depoimentos e de novos elementos, a Justiça decretou a prisão preventiva deles.

 


Três suspeitos foram presos em Araguaína e estão sendo conduzidos para a superintendência da PF em Palmas. O outro foi preso na capital. Depois dos depoimentos, a polícia informou que os suspeitos, sendo dois homens e duas mulheres, serão encaminhados para audiência de custódia na Justiça Federal, ao IML e presídios, masculino e feminino, correspondentes.


Os quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas casas dos suspeitos.

 

 

Esquema


Segundo informações da Polícia Federal, a organização suspeita de fraudar licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica no Tocantins funcionava em três núcleos compostos por políticos, servidores públicos e empresários. A suspeita é de que o grupo tenha desviado cerca de R$ 200 milhões.


Entre os investigados está o ex-governador Sandoval Cardoso, que teve prisão preventiva decretada e se apresentou na noite de quinta-feira (13). Além do ex-governador Siqueira Campos, que já cumpriu um mandado de condução coercitiva e foi levado para prestar depoimento.


Segundo o superintendente regional da PF no Tocantins, Arcelino Vieira, os núcleos eram formados com a intenção de fraudar e burlar a fiscalização de forma a conseguir lucrar com os serviços, que muitas vezes não eram executados.


"O núcleo político era composto por pessoas que compunham o alto escalão do Estado, dois ex-governadores [Sandoval Cardoso e Siqueira Campos] que, através de contratos com Banco do Brasil, conseguiram empréstimos internacionais", disse.


O superintendente explicou que os empréstimos estavam fundamentados em uma lei estadual, a qual também autorizou o estado a criar um comitê executivo que gerava os recursos e os distribuía para várias secretarias estaduais. Uma delas era a Secretaria de Infraestrutura (Agetrans) que fazia a licitação e o acompanhamento de todas as obras.


Segundo a investigação da PF, os recursos adquiridos através de três linhas de crédito somavam R$ 1,2 bilhão. Deste valor, a Agetrans ficou com R$ 850 milhões para investir em obras nas rodovias, mas os contratos receberam aditivos que se computados, ultrapassariam R$ 1 bilhão.


"Os editais eram recheados de cláusulas restritivas à concorrência que favoreciam empresários do grupo. Ao final se constatou que havia ajuste de preços para dividir o lote entre seis empresas. Está bem clara a existência de um cartel para o fim de fraudar as licitações e desviar dinheiro público federal", explicou o procurador da república José Ricardo Teixeira.

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