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Detentos de ao menos 34 presídios estaduais e federais, em sete Estados do País, promovem rebeliões e protestos com greve de fome. Governos dos Estados de Mato Grosso, Acre e Pará associam os atos a ordens de facções criminosas — os detentos reivindicam melhores condições de instalação. No caso mais grave, em Cascavel, no Paraná, dois presidiários foram assassinados.
A rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel, no interior do Paraná, foi controlada na manhã deste sábado (11). A rebelião, que resultou em uma morte, começou na tarde da última quinta-feira (9), quando os presos fizeram três agentes penitenciários reféns, e só foi encerrada neste sábado por volta de 10h, assim que os presos liberaram o último funcionário depois de intensa negociação.
A princípio, os presos que provocaram o motim serão mantidos na unidade. Os detentos que não quiseram se envolver com a rebelião foram transferidos para outra unidade penitenciária da cidade, mas retornarão depois de concluída a etapa de verificação dos prejuízos ocasionados na estrutura e de outros procedimentos de segurança na penitenciária.
O diretor do Departamento Penitenciário (Depen) do Paraná, Luiz Alberto Cartaxo, explicou esta tarde, em entrevista à imprensa, que o esquema de segurança será reforçado e nenhuma visita poderá ser feita nos próximos dias até que o presídio seja recuperado.
Investigações preliminares feitas pelo Depen indicam que a confusão foi motivada por briga entre facções e que a rebelião teria sido estendida como uma estratégia dos presos que tentavam fugir. Cartaxo disse que foram identificados alguns pontos de fuga e que a penitenciária ainda faz a contagem para precisar o número exato dos que continuam foragidos. Alguns presos já foram recapturados.
A Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp) foi informada inicialmente que dois presos tinham sido mortos pelos rebelados, mas até o momento foi confirmada uma morte. De acordo com o órgão, além dos três agentes feitos reféns, 28 detentos ficaram feridos.
Segundo a Sesp, a penitenciária foi reformada em 2016 e tem capacidade para abrigar 1.160 presos. Atualmente estava com 980 detentos. Alimentação precária está entre as queixas relatadas pelos rebelados.
Greve de fome
Nos demais Estados, os protestos dos presidiários não resultaram em mortes. Detentos do Pará, do Acre, do Rio, de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Norte fazem greve de fome. Em todos os Estados, os governos locais afirmam que a alimentação continua a ser fornecida à população carcerária.
Segundo o Ministério da Justiça, há registro de protesto nos quatro presídios federais: Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Mossoró (RN). Ao todo, 112 presos dessas unidades se recusam a receber alimentação. Somados, os presídios têm 379 detentos. "Eles dizem que procedem deste modo por serem contra a "opressão do sistema penitenciário federal". Cabe ressaltar que os presos que estão no sistema penitenciário federal não sofrem nenhum tipo de opressão", diz o ministério.
No Mato Grosso, 26 presos explodiram um muro e fugiram da penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, a 218 quilômetros de Cuiabá, que vinha registrando greve de fome entre os detentos desde o início da semana. Segundo eles, faltam medicamentos, dentista e médicos especialistas principalmente para o tratamento de tuberculose.
Comando Vermelho
No Rio, a greve de fome atinge 12 presídios do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste. O protesto começou na quarta-feira. Os presos envolvidos no protesto ficam em espaços destinados a internos da facção Comando Vermelho (CV), maior facção criminosa fluminense.
O Acre tem uma unidade com detentos em greve de fome. É o Presídio Francisco D'Oliveira Conde, em Rio Branco. "A greve de fome está em consonância com a ordem que partiu de uma determinada organização criminosa que atua em todo País", diz o Instituto de Administração Penitenciária do Acre. Já o Pará tem 17 unidades, das 46 no Estado, em paralisação.
Fonte: R7
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