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A estudante Maria Vitória Valoto, de 16 anos, de Londrina, no norte do Paraná, será a única representante do Brasil e da América Latina na Feira Internacional de Ciências do Google, que será realizada no fim de setembro nos Estados Unidos.
A paranaense, que está no 2° ano do Ensino Médio, desenvolveu um sachê com uma enzima que quebra a lactose do leite comum, e isso faz com que a bebida possa ser consumida por pessoas com intolerância à lactose. O trabalho da londrinense é um dos 16 selecionados no mundo.
A Feira do Google é a maior competição on-line global de ciência e tecnologia aberta para estudantes de 13 a 18 anos. Esta será a sexta edição e contou com mais de mil trabalhos inscritos. Na última etapa, o projeto de Maria Vitória concorreu com outras 100 pesquisas de todo o mundo. Entre os selecionadas para a etapa final, há desde um teste de bafômetro que pode prever o câncer de pulmão até um filtro de carbono para diminuir significamente o desperdício de isopor.
“Comecei a participar de um projeto de pesquisa em uma universidade para fazer algo diferente, queria conhecer algumas práticas e como funcionava um laboratório. Desenvolvi esse projeto na brincadeira, e brincando de fazer ciências já vou para a segunda participação em uma feira internacional de ciências. Isso é incrível”, diz a estudante.
A ideia da pesquisa surgiu de pesquisadores da universidade Unopar, de Londrina, e foi desenvolvida pela jovem, com o apoio de professores do colégio em que ela estuda, o Interativa, da mesma cidade. Os resultados começaram a aparecer depois de aproximadamente um ano de experimentos. A pesquisa teve incentivo dentro da casa da jovem, o pai é intolerante à lactose.
A cápsula do sachê guarda a enzima responsável pela "quebra" da lactose. A enzima é a que falta no organismo dos intolerantes e provoca a "alergia" ao leite e aos seus derivados. Para usá-la, basta colocar o sachê no leite (pode ser no copo ou em um recipiente maior) e esperar o efeito, que demora de quatro a cinco horas para aparecer. O leite, então, deixa de ter lactose. O trabalho aponta que em um ano essa nova técnica poderia resultar em uma economia de até R$ 700.
O projeto de Maria Vitória vai concorrer com pesquisas realizadas por estudantes, de 13 a 18 anos, dos Estados Unidos, Índia, África do Sul, Arábia Saudita, Zãmbia, Malásia e Singapura. Não há nenhum representante da Europa. A premiação será divulgada em 29 de setembro. O melhor projeto receberá uma bolsa-estudo de R$ 50 mil dólares.
“O nível dos trabalhos selecionados é altíssimo. Acredito que o meu seja o mais simples de todos, mas só terei essa certeza quando ver as apresentações. Estou treinando para fazer uma boa apresentação e para apresentar para o máximo de pessoas que puder”, comenta a estudante.
Em março, Maria Vitória apresentou o projeto em uma feira científica da Intel no Arizona, nos Estados Unidos. Na feira, o projeto ficou em 4° lugar na área de pesquisa “Mesmo sem experiência em feiras, com inglês não muito fluente, apresentei a pesquisa para o Nobel de Medicina e para especialistas do assunto. Foi uma experiência incrível. Agora, vou mais preparada, quero divulgar ainda mais o trabalho”, destaca a estudante.
A estudante paranaense embarcará para os Estados Unidos acompanhada de um professor orientador. A viagem será paga pelo Google.
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