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A Polícia Civil de São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, acredita que o piloto Peterson dos Santos Pinheiro Xavier, de 34 anos, reduziu a altitude da aeronave que levava uma noiva para um casamento no domingo (5) porque tentou pousar antes da queda devido à falta de visibilidade para continuar o percurso. No acidente, além de Xavier, morreram a noiva Rosemeire Nascimento Silva e o irmão dela, Silvano Nascimento da Silva, além da fotógrafa Nayla Cristina Neves Lousada.
Segundo o delegado responsável atualmente pelo inquérito que investiga o caso, Flávio Luís Teixeira, “a impressão que temos, pelos depoimentos das pessoas que viram o helicóptero dar voltas e baixar, é que ele tentou pousar. Presume-se isso pelas voltas circulares que ele deu, ele estava tentando aterrissar”, disse ele ao G1.
“Pelos depoimentos e informações que temos para entender a dinâmica dos fatos, nos parece que, por causa da neblina, ele não estava tentando localizar ou chegar ao local certo da cerimônia e decidiu abaixar para procurar um local para pousar quando alguma parte do helicóptero se bateu contra as árvores”, afirma o delegado Teixeira.
O casamento seria realizado em um centro de eventos a cerca de 4 quilômetros do local da queda.
“Acreditamos que a condição climática era muito ruim e não estava conseguindo se orientar, pois o helicóptero não tinha navegação por instrumentos, e resolveu pousar momentaneamente porque não tinha condição climática e visibilidade. A possibilidade dele ter atingido alguma árvore nesta baixada, danificando o aparelho”, afirma o delegado. “Como é um helicóptero pequeno, pode ter danificado bastante neste momento”, acrescentou.
O modelo do helicóptero, um Robinson 44, prefixo PR-TUN, tem capacidade para três pessoas, além do piloto. Segundo o delegado, os laudos do Instituto de Criminalística do estado de São Paulo e da Aeronáutica irão confirmar o que aconteceu no acidente.
“As testemunhas divergem sobre o que viram. Algumas falam que ele estava bem baixo, rasante, em meio à névoa e abaixou. Outro disse que viu uma peça caindo depois que bateu na árvore. Não podemos ter certeza enquanto não recebermos as perícias.
O piloto estava com a documentação em dia e tinha habilitação para esta aeronave, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Tanto a Anac quando a polícia apuram agora se a empresa que fretou o voo, a Voenext, poderia realizar este tipo de atividade de aluguel ou intermediação de aeronaves para uso privado, já que a empresa não possui registro na Anac. O representante comercial da empresa Voe Next, Rodrigo Braga, explicou que a empresa é uma agência de viagens que intermediou a venda do voo e não tem responsabilidade sobre o helicóptero que caiu.
A Anac também informou que o Robinson 44 não tinha autorização para realizar táxi aérea. A aeronave, de propriedade da empresa HCS Táxi Aéreo, está registrada junto aos órgãos oficiais como privada e só poderia ser utilizada para uso particular, e não para transporte de passageiros mediante pagamento.
Segundo o delegado Flávio Teixeira, na próxima semana, a Polícia Civil vai ouvir os proprietários do helicóptero para verificar a situação jurídica do mesmo.
Colisão de hélice com árvore
O major Caio Batalha, investigador do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 4), disse que as copas das árvores do local onde o helicóptero Robinson 44 caiu estão quebradas, o que indicaria que as hélices da aeronave colidiram com as árvores.
"Eu não posso afirmar que caiu por causa disso, todos os fatores contribuintes serão analisados mas a copa das árvores estão quebradas. Pode ser que as copas se quebraram como causa ou cconsequência da queda. Ou as hélices se bateram e caiu ou se chocou por causa da queda. Tiramos fotos e vou analisar", afirmou o oficial.
A empresa proprietária do helicóptero informou que a manutenção estava em dia e creditou ao mau tempo a causa da queda. "Até o momento não se pode ter as causas exatas deste terrível acidente, mas que tudo indica (ab initio) até o presente momento que houve uma mudança de tempo após o começo da viagem, a qual pode ter sido o fator determinante para a queda da aeronave", afirmou a empresa.
Fator humano
Na terça-feira, o delegado Albano Fernandes, que coordena todas as delegacias da Polícia Civil na Grande São Paulo, afirmou ao SPTV acredita que a queda de um helicóptero em São Lourenço da Serra devia-se à uma mistura de falha humana e péssimas condições de visibilidade.
Segundo o delegado, algumas testemunhas relataram para a polícia que a aeronave ficou presa nas nuvens baixas. Não andava para frente, nem para trás. Também não encontrava saída pelos lados.
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