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14/11/2016 23:45
Brasil
Águas-vivas deixam mais de 60 atletas feridos durante prova em Bertioga, SP
Atletas precisaram ser retirados do mar por causa das queimaduras
Outra edição da Maratona Aquática 14 Bis, em Bertioga / Foto: Arquivo/Prefeitura de Bertioga
G1

Dezenas de nadadores tiveram que ser retirados do mar às pressas após serem queimados por águas-vivas durante 49ª edição da Maratona Aquática 14 Bis em Bertioga, no litoral de São Paulo. A prova é considerada a maior e mais tradicional do estilo em todo o Brasil. A competição existe há 40 anos e envolve nadadores brasileiros e estrangeiros. Segundo a Base Aérea de Santos, que organizou a prova, mais de 60 pessoas ficaram feridas. Dezenas de atletas precisaram ser retirados do mar por causa das queimaduras, enquanto outros desistiram da competição para evitar o contato com o animal.


A competição contou com um percurso de 24 km. A largada foi da Praia da Enseada, em Bertioga, ao lado do Forte São João, às 8h, e a chegada aconteceu na rampa de acesso do Núcleo da Base Aérea de Santos (Nubast), em Guarujá. Segundo a organização do evento, 247 atletas estavam inscritos.

 

Por volta das 8h30, alguns atletas começaram a pedir atendimento médico. O tempo chuvoso possibilitou a ocorrência de muitas águas-vivas no Canal de Bertioga. Os animais tocaram vários nadadores que ficaram com queimaduras. O bote inflável da Defesa Civil, que prestava apoio durante a competição, retirou oito atletas que não estavam conseguindo nadar e levou para o posto de atendimento médico da prova.

 

“A gente acredita que as águas-vivas foram arrastadas para o Canal por causa da chuva. Eles apresentaram sintomas de ânsia de vômito, tremor pelo corpo e tiveram queimaduras leves. Aproximadamente 30 atletas desistiram porque viram o sofrimento intenso dos outros. Foi uma situação atípica”, conta o diretor da Defesa Civil, Plínio Aguiar.

 

Os casos não pararam de surgir no decorrer da prova e também no fim dela. A tenente-médica Camila Ribeiro Perucchi, da Base Aérea de Santos, fez o atendimento de grande parte das vítimas. Ela calcula que mais de 60 atletas tiveram queimaduras por águas vivas. Segundo elas, entre os feridos, haviam homens e mulheres entre 16 e 60 anos, e de várias cidades do Brasil, como Rio de Janeiro e Porto Alegre.

 

“A outra médica atendeu entre 20 e 30 pessoas vítimas de águas-vivas Eu atendi 42 pessoas no posto médico, que fica na Base Aérea. As queimaduras eram nos braços, pernas e na face. Algumas pessoas tiveram que parar a prova com queimaduras no rosto e não conseguiram continuar. Outras desistiram, algumas nadaram e depois receberam atendimento”, diz a médica.

 

Segundo a médica, os atletas apresentavam dor por conta da queimadura, vômitos, espirros e alguns tiveram reações alérgicas devido à toxina da água viva. “Não se faz curativo, se lava com vinagre e faz uma analgesia. Alguns receberam soro e medicação. Foram poucos os que tiveram reação alérgica, foram mais queimaduras de primeiro grau. A incidência foi alta. Geralmente, nessa prova não tem isso”, afirma.


Prova


De acordo com a organização, a Maratona Aquática 14 Bis normalmente é realizada em novembro como continuidade das comemorações da Semana da Asa pela Aeronáutica. A prova exige muito preparo físico de seus participantes por conta da extensão. Há categorias masculino e feminino de várias faixas etárias.

 


Ainda segundo a organização, o Canal de Bertioga, onde é feita a prova, é aberto para o oceano em ambas as extremidades. Em função das marés, o canal fica enchendo por cerca de seis horas e depois vazando pelas seis horas seguintes. A largada da Maratona é dada no momento em que a maré está enchendo, momento no qual os atletas rumam de um extremo para o meio do canal, para que o efeito da maré ajude o nadador. Na segunda metade da prova, os atletas começam a sair do canal quando está esvaziando, o que impulsionando os atletas em direção a chegada.

 


Na prática, o comportamento das marés, os contornos do canal, o vento e o nível da água são algumas variáveis da prova que podem atrapalhar o atleta se ele não souber se adaptar as condições. Outro fator importante a ser considerado é a alimentação. Alguns atletas contratam uma equipe de apoio, com barco ou caiaque, que o acompanhará durante todo o trajeto.

 

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