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A redução da projeção de inflação para este ano e para o próximo, como mostra a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central, aponta um cenário favorável para gestão da política monetária em 2019. Aumento de juro, se ocorrer ou quando ocorrer, tende a ser modesto.
Se o próximo governo tiver empenho e êxito no enfrentamento do rombo fiscal (este sim, a grande ameaça desestabilizadora da nossa economia), o horizonte se alarga para os próximos anos.
Na pesquisa Focus,a projeção para o IPCA este ano está em 4,23%. Para 2019 é de 4,21%. É de 4% em 2020 e 3,95% em 2021. No ano passado a inflação foi de 2,97%.
Desde a implantação do sistema de metas de inflação com câmbio flutuante em 1999, nunca tivemos um cenário de inflação projetada em níveis tão baixos por período tão longo. Ao mesmo tempo com uma taxa básica de juros tão baixa, em 6,5%.
A situação que o presidente eleito Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, vão encontrar em janeiro de 2019 é muito diferente daquela que o ministro da Fazenda Joaquim Levy e a então presidente Dilma Rousseff encontraram em janeiro de 2015, como herança maldita do primeiro mandato de Dilma encerrado em 2014.
Na virada de 2014 para 2015 a economia já estava em recessão, o desemprego aumentava rapidamente e, com a inflação pressionada (10,67% em 2015) o Banco Central, passada a eleição de outubro de 2014, iniciou novo ciclo de alta da taxa de juros até chegar a 14,25% em setembro de 2015.
Olhando apenas para as projeções de inflação da pesquisa Focus, pode haver a impressão que temos pelo frente uma corrida sem obstáculos. Só que isso não é verdade.
A materialização desse cenário vai depender da mais desafiadora tarefa para o novo governo: reorganização geral das finanças públicas (União, estados e municípios). Sem uma reforma da Previdência isso é impossível.
Mas a reforma ainda será insuficiente. Não haverá como escapar de cortes de despesas com incentivos e subsídios. Uma reforma tributária é inadiável. Tudo passa pela relação com o Congresso. Seja para aprovar projetos, seja para administrar pressões de grupos de interesse que se expressam via parlamento.
Fonte: G1
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