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17/03/2020 20:26
Economia
Dólar recua nesta terça-feira, mas segue no patamar de R$ 5
Moeda norte-americana recuou 1,1%, negociada a R$ 5,0056.
Nota de US$ 5 dólares / Foto: REUTERS/Thomas White

O dólar fechou em queda nesta terça-feira (17), depois de bater pela manhã em R$ 5,08, em dia em que foi confirmada a primeira morte por coronavírus no Brasil. No foco dos investidores, além dos impactos da pandemia na economia global, permaneceu a decisão sobre a taxa básica de juros, a ser anunciada na quarta-feira, e estímulos dos principais bancos centrais.

 

A moeda norte-americana recuou 1,10%, negociada a R$ 5,0056. Na máxima, bateu R$ 5,0845 - maior cotação nominal (sem considerar a inflação) já registrada no país. Veja mais cotações.

 

Já o Ibovespa fechou em forte alta, de 4,85%, a 74.617 pontos, após o tombo da véspera.

 

Nesta terça, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) anunciou um programa de compras estruturas de "commercial papers", notas promissórias cujo mercado vinha sofrendo problemas de liquidez nos Estados Unidos.

 

No Brasil, o Banco Central realizou nesta manhã leilão de linha -- venda com compromisso de recompra -- com oferta de até US$ 2 bilhões.

 

Um leilão semelhante já havia sido realizado na sexta-feira, a primeira vez que o BC fez oferta líquida de moeda nessa modalidade desde 17 e 18 de dezembro do ano passado, destaca a Reuters.


Na segunda-feira, o dólar fechou em alta de 5,16%, negociado a R$ 5,0612 – novo recorde nominal (sem considerar a inflação). Foi também a alta mais intensa desde a disparada de 8,15% de 18 de maio de 2017. No ano, o dólar passou a acumular avanço de mais de 26%.

 

Após o fechamento dos mercados, o governo anunciou um conjunto de medidas, que preveem injeção de R$ 147,3 bilhões na economia.

 

Medidas anunciadas por Guedes


O conjunto de medidas anunciadas na véspera pelo Ministério do Economia prevê injetar R$ 147,3 bilhões na economia. O pacote amplia crédito a aposentados e pequenas empresas, suspende temporariamente o recolhimento de tributos e inclui também a antecipação do 13º do INSS e o reforço do Bolsa Família.
Segundo economistas ouvidos pelo G1, as podem ter algum impacto para mitigar os efeitos do coronavírus na economia brasileira, mas são insuficientes para reverter o quadro de piora da atividade. Analistas observaram também que nem todas as medidas anunciadas são fontes novas de recursos, o que acaba reduzindo o alcance real do pacote.

 

As projeções para a alta do PIB do Brasil em 2020 vem sendo reduzidas e parte dos analistas já projetam um crescimento mais próximo de 1% do que de 1,5%.

 

Na visão do economista-chefe do banco Julius Baer, Janwillem Acket, os mercados financeiros estão precificando uma recessão global, apesar de ações coordenadas de política monetária, dos esforços para lidar com a liquidez e as restrições de crédito.

 

Expectativa de corte de juros no Brasil


As atenções da semana também estão voltadas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que anuncia nesta quarta-feira (18) a nova taxa básica de juros. Com o novo corte surpresa nos juros anunciado pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), aumentam as apostas do mercado de um corte mais expressivo na taxa Selic, atualmente em 4,25%.

 

Recentemente, os patamares cada vez menores da Selic foram apontados como um fator responsável pela disparada do dólar. A redução do diferencial de juros entre o Brasil e outros países torna rendimentos locais baseados na taxa básica de juros menos atraentes para o investidor estrangeiro, o que reduz a entrada de fluxos nos mercados brasileiros.


FONTE:G1

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