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A greve dos bancários entrou no 17º dia. Muitos serviços podem ser resolvidos em lotéricas e caixas eletrônicos, mas o atendimento pessoal causa prejuízos.

Salário na conta, mas seu Luiz Carlos não consegue sacar um centavo. Ele precisa receber um cartão novo que está na agência que aderiu à greve.

"Eu estou sem pagar, sem comprar nada, sem fazer feira, sem pagar água. Quer dizer, paguei porque arrumei dinheiro emprestado, mas eu tenho dinheiro e não posso receber", diz Luiz Carlos de Melo, auxiliar de serviços gerais.

Com a greve, a orientação é procurar alternativas, como as casas lotéricas para pagamento de contas, por exemplo, mas nem sempre elas resolvem tudo.

"Na lotérica, só recebe o valor até setecentos e o meu pagamento o valor é maior", conta Waldecina Ferreira, vendedora autônoma.

Em Pernambuco são 600 agências. O sindicato dos bancários afirma que 90% delas estão sem atender. No Brasil, dos mais de 22 mil postos de atendimento, cerca de 13 mil estão paralisados, segundo o comando da paralisação.

A federação dos bancos ofereceu aumento de 7? e um abono salarial de R$ 3,3 mil, mas os bancários não aceitaram. A categoria pede reposição da inflação, mais 5% de aumento real, entre outras reivindicações.

O Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco determinou que as agências bancárias do estado funcionem pelo menos duas horas por dia para pagamento de alvarás emitidos pelas Justiças Estadual e Federal. O pedido de liminar foi feito pela OAB de Pernambuco.

O sindicato dos bancários garante que 30% dos serviços estão sendo oferecidos. Dona Neide tentou sacar o dinheiro da pensão no caixa eletrônico, se atrapalhou e não encontrou ninguém para ajudar. Ela saiu de mãos vazias.

"Infelizmente não consegui fazer nada. Muita gente está sofrendo com isso", diz a aposentada Neide Rosa.