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25/09/2017 17:00
Economia
Mercado financeiro prevê, pela 1ª vez, inflação abaixo de 3% neste ano
Se previsão se confirmar, haverá descumprimento da meta de inflação, e BC terá de redigir carta explicando porque isso aconteceu. Estimativa foi feita por analistas do mercado no relatório Focus.
/ Ilustração

Os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a estimativa de inflação para 2017 e, desta vez, passaram a estimar, pela primeira vez, um IPCA abaixo de 3% para este ano.

 


As previsões foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (25) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas.

 


De acordo com o levantamento do BC, a inflação deste ano deve ficar em 2,97%, na mediana. No relatório anterior, feito com base nas previsões coletadas pelo Banco Central na semana retrasada, os economistas estimavam que a inflação ficaria em 3,08%. Foi a quinta redução seguida do indicador de inflação.

 


A nova previsão mantém a inflação abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%, e, também, abaixo do piso de 3% do sistema brasileiro de metas – algo que, se for confirmado, ocorrerá pela primeira vez no regime de metas, que começou em 1999.

 


A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

 


Pelo sistema brasileiro, a meta central é de 4,5% para este ano e para 2018, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, de modo que a inflação pode ficar entre 3% e 6% sem que seja formalmente descumprida.

 


Quando a meta de inflação é descumprida, o presidente do Banco Central, neste caso Ilan Goldfajn, tem de escrever uma carta pública ao ministro da Fazenda explicando as razões para a variação fora da previsão.

 


Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação recuou de 4,12% para 4,08% na última semana. Essa foi a quarta redução consecutiva da estimativa para o próximo ano. O índice segue abaixo da meta central (que também é de 4,5%) e do teto de 6% fixado para o período.

 


PIB e juros

 


Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro subiu sua estimativa de crescimento de 0,60% para 0,68% na semana passada.

 

 

Para 2018, os economistas das instituições financeiras elevaram a estimativa de expansão da economia de 2,20% para 2,30%. Foi a terceira alta seguida no indicador.

 


As estimativas de crescimento começaram a subir com mais intensidade após a divulgação do resultado do PIB do segundo trimestre deste ano – que avançou 0,2% contra os três primeiros meses deste ano.

 


O mercado financeiro também manteve sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 7% ao ano para o fechamento de 2017. Atualmente, a taxa está em 8,25% ao ano.

 


Ou seja, os analistas continuaram estimando uma redução dos juros neste ano. Se o patamar previsto de 7% ao ano for atingido no fim de 2017, esse será o menor nível já registrado (até então a menor taxa era de 7,25% ao ano).

 


Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic também ficou estável 7% ao ano. Com isso, continuaram prevendo que os juros ficarão estáveis no ano que vem.

 

 


Câmbio, balança e investimentos

 


Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 caiu de R$ 3,20 para R$ 3,16. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a moeda norte-americana permaneceu em R$ 3,30.

 


A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), em 2017, subiu de US$ 61,4 bilhões para US$ 62 bilhões de resultado positivo.

 


Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit cresceu de US$ 49,7 bilhões para US$ 50 bilhões.

 


A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas avançou de US$ 75 bilhões para US$ 77,5 bilhões.

 

Fonte: G1

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