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As passagens aéreas no Brasil sofreram uma alta de 123% nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados na sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). Entre as 11 capitais analisadas, Salvador foi a que teve a maior alta (159,5%) enquanto Belém teve a menor, 49,93%.
Na variação mensal, o preço das passagens aéreas cresceu 11,36% na prévia de junho e foi o subitem dentro de transportes com a principal alta entre maio e junho deste ano. No acumulado de 2022, o valor dos bilhetes aéreos subiu 3,6%.
Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), diante do aumento da demanda por voos e do elevado custo do querosene de aviação, o preço das passagens aéreas no Brasil deve continuar aumentando nos próximos meses, com previsão de alta entre 5% e 10% no valor pago pelo consumidor.
Um dos dois fatores que incidem diretamente no preço final das passagens, o querosene de aviação (QAV) já acumula crescimento de 102,4% de junho do ano passado a junho deste ano, segundo registrou na sexta-feira a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Além do QAV, a demanda por voos também impacta no valor das passagens, como explicou Fábio Bentes, economista da CNC. Ele estima que as passagens devem ter custo ainda mais elevado no final do ano, quando a demanda tende a ser maior pelo período de férias e festas.
“Aquela inflação dos combustíveis, alimentos e energia está chegando ao setor de serviços – e passagem aérea é um serviço. A tendência diante da sazonalidade típica desse tipo de serviço é que haja pressão no último trimestre de 2022. Como estamos diante de uma janela de oportunidade, os preços não devem subir tanto no curto prazo, mas sim no final do ano”, projetou o economista.
O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, mostrou preocupação com o setor de turismo que, segundo a CNC, teve prejuízo de R$ 485,1 bilhões entre março de 2020 e janeiro de 2022, por conta da pandemia de Covid-19.
“É preciso que os governantes olhem para o nosso setor e que a cotação do petróleo se estabilize para que não somente o turismo se recupere, mas que empregos sejam impulsionados, comerciantes saiam do vermelho e os brasileiros possam voltar a desfrutar da felicidade de viajar e curtir as belezas do nosso país”, disse, por meio de comunicado emitido pela entidade.
Altas de preços por estados no acumulado de 12 meses do IPCA-15 de junho
- Salvador: 159,50%
- São Paulo: 156,40%
- Distrito Federal: 137,32%
- Fortaleza: 135,59%
- Rio de Janeiro: 134,97%
- Goiás: 114,03%
- Porto Alegre: 113,60%
- Curitiba: 98,35%
- Recife: 81,85%
- Belo Horizonte: 79,30%
- Belém: 49,93%
Fonte: CNN Brasil
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