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Microalgas cultivadas em resíduos líquidos descartados por agroindústrias geram matéria-prima para biocombustíveis, rações e cosméticos. A descoberta faz parte de um estudo da Embrapa Agroenergia.
Os resíduos utilizados nos estudos foram a vinhaça, formada na produção de açúcar e etanol de cana, e o pome, gerado no processamento de dendê, aproveitado na fertirrigação das plantações. Utilizá-los como meio para produzir microalgas, deverá agregar valor às cadeias produtivas da cana e do dendê, produzindo mais biomassa e óleo para obter energia e bioprodutos.
Produtividade
As microalgas são organismos unicelulares e microscópicos que vivem em meios aquáticos e têm característica curiosa: não são plantas, mas são capazes de realizar fotossíntese e de se desenvolver utilizando luz do sol e gás carbônico. Se reproduzem muito rapidamente, proporcionando grande quantidade de óleo e de biomassa.
A produtividade pode ser de dez a 100 vezes maior do que de cultivos agrícolas tradicionais. Isso chamou a atenção de setores que necessitam de grandes quantidades de matéria-prima, como biocombustíveis.
Óleos produzidos por algumas espécies quase sempre contêm compostos muito valiosos como, por exemplo, Ômega 3 e carotenoides. Por isso, elas também encontram espaço em indústrias que atendem nichos de mercado e pagam mais caro por matérias-primas com propriedades raras. É o caso dos cosméticos e dos suplementos alimentares.
Já existem, pelo menos, quatro empresas no Brasil produzindo microalgas: duas no Nordeste, com foco em nutrição humana e animal, e outras duas no interior de São Paulo, atendendo indústrias de cosméticos e também de rações, além de projetos para tratamento de efluentes.
Commodities agrícolas
A equipe da Embrapa e instituições parceiras estão empenhadas em construir ferramentas que permitam modificação genética das espécies selecionadas para crescimento na vinhaça e no Pome, com o objetivo de potencializar o rendimento.
O investimento na engenharia genética tem motivo: toda a produção de commodities agrícolas está baseada em espécies que passaram por domesticação e melhoramento genético. Além disso, estudo sobre microalgas do governo dos Estados Unidos mostrou que o uso de linhagens modificadas geneticamente chega a reduzir em 85% o custo de produção.
Fonte: Portal Brasil, com informações do MAPA
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