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Subiu para 46 o número de mortos em um enorme deslizamento de lixo em um dos principais aterros sanitários da Etiópia, na periferia da capital Addis Abeba, no sábado (11). Moradores da região atribuem a catástrofe ao trabalho de nivelamento no local.
A primeira informação apontava 24 mortos e 28 feridos.
Uma enorme montanha de lixo deslizou, carregando 30 barracos de pessoas que vivem no aterro sanitário de Koshe, indicou à AFP Dagmawit Moges, um porta-voz da prefeitura de Addis Abeba.
Moges explicou que a maioria das vítimas eram catadores que vasculhavam incansavelmente as montanhas de lixo em busca de objetos com algum valor.
"O número de vítimas ainda deve aumentar", afirmou, explicando que o deslizamento atingiu uma área "relativamente grande". O aterro se estende por mais de 30 hectares.
Testemunhas e sobreviventes entrevistados pela AFP afirmaram que um bloco da maior montanha de lixo se desprendeu no sábado à noite, carregando as moradias improvisadas do aterro de Koshe, que significa "sujeira" na gíria amárico, a principal língua do país.
"Quando isso aconteceu, ouvimos um barulho alto, e quando saímos, vimos um tornado que vinha em nossa direção", relatou Suleiman Abdullah, cujo abrigo construído com pedaços de madeira e plástico foi destruído no incidente.
"Algumas pessoas nos ajudaram e minha família conseguiu sair antes da destruição", acrescentou Abdullah.
O aterro sanitário de Koshe existe há mais de 40 anos e é um dos maiores nos arredores de Addis Abeba, capital da 4 milhões de pessoas a crescimento populacional galopante.
Ordem de evacuação
Na parte da tarde, seis escavadoras trabalhavam nas montanhas de lixo em busca de sobreviventes ou corpos. A polícia impedia a aproximação das pessoas, enquanto muitas eram as mulheres que choravam nas ruas do bairro.
Os moradores afirmam que o deslizamento foi causado pelo trabalho de nivelamento no topo da montanha de resíduos, como parte da construção de uma central de biogás que irá operar no local.
Este trabalho teria aumentado a pressão sobre o lixo, provocando o deslizamento.
"Isso aconteceu porque eles estão comprimindo o lixo", disse Mohamed Ibrahim, cujo barraco escapou por pouco da avalanche de lixo.
Berhanu Degefe, admitiu que as autoridades solicitaram que as pessoas parassem de catar lixo por causa da operação, mas que eles continuaram, apesar das advertências.
Um jornalista da AFP presente no local notou muitas outras fissuras na parte superior da montanha de lixo, sugerindo que outros deslizamentos podem acontecer.
Segundo moradores locais, cerca de 400 pessoas vivem no local.
Em julho de 2000, o deslizamento em um lixão de 15 metros de altura fez ao menos 208 mortos e mais de 100 desaparecidos na periferia de Manilla, capital das Filipinas.
Em 2016, ao menos 16 pessoas morreram numa explosão em um lixão da periferia de Cotonou.
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