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A Espanha está nesta quarta-feira (26) sob pressão de seus aliados para que negue a uma frota russa a caminho da Síria a possibilidade de reabastecer em seu porto de Ceuta, depois de ter autorizado esta ação.
"As últimas escalas solicitadas estão sendo revisadas neste momento em função da informação que estamos recebendo de nossos aliados e das próprias autoridades russas", indicou o ministério espanhol de Relações Exteriores em um e-mail.
Esta declaração confirma implicitamente as informações de que estes navios têm permissão para reabastecer em Ceuta, um enclave espanhol em território marroquino em frente a Gibraltar.
O ministério acrescentou que embarcações russas fazem escala há vários anos em portos da Espanha, integrante da Otan, embora elas sejam autorizadas caso a caso, levando-se em conta - em primeiro lugar - "a segurança do entorno, da população e do porto".
A Rússia anunciou em meados de outubro que seu porta-aviões "Almirante Kuznetsov" se dirigia à Síria, com aviões e helicópteros de combate, para reforçar sua presença militar na zona.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, demonstrou sua preocupação na terça-feira sobre a possibilidade da participação desta frota em bombardeios na Síria.
"Cada país deve decidir se estes barcos podem obter provisões e combustível em diferentes portos em sua rota em direção ao leste do Mediterrâneo", indicou.
Mas "acredito que todos os aliados da Otan estão cientes de que este grupo de combate pode ser usado para realizar ataques aéreos contra Aleppo e Síria", acrescentou.
Por sua vez, o Reino Unido indicou que "o governo de sua Majestade expressou previamente suas preocupações ao governo espanhol sobre sua hospitalidade à marinha de guerra russa" através de um porta-voz britânico na noite de terça-feira.
No entanto, também indicou que cabe a Madri decidir quem dá acesso aos seus portos.
57 embarcações russas
Para o presidente do grupo liberal no Parlamento europeu, Guy Verhofstadt, "é chocante que a Espanha, integrante da Otan e da UE, permita que a frota russa do (porta-aviões) Kuznetsov abasteça e receba assistência técnica em território espanhol", escreveu no Twitter.
"A Espanha assinou a declaração sobre os crimes de guerra russos em Aleppo na semana passada e esta quarta-feira ajuda a reabastecer sua frota em seu caminho para cometer mais atrocidades. É sério?", se perguntou.
De acordo com a consultoria estratégica americano Heritage Foundation, até agosto de 2015 um total de 57 embarcações russas fizeram escala em portos espanhóis.
O "think tank" denunciou o fato de as escalas terem continuado após a anexação da Crimeia por parte de Moscou em 2014, ao mesmo tempo em que indicou que a Grécia, outro sócio da Otan, e Malta, membro da União Europeia, mas não da Aliança Atlântica, também abriram seus portos à marinha de guerra russa.
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