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28/07/2018 13:06
Política
'Podem bater doído na gente', diz Cristiane Brasil ao reclamar que PTB é alvo
Deputada federal ironizou que o PTB virou 'criminoso político' e declarou que inocência dos dirigentes do partido 'prevalecerá'. Lideranças do partido estão entre alvos da Operação Registro Espúrio, da PF.
/ (Foto: Gustavo Garcia)

Investigada pela Operação Registro Espúrio, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) afirmou neste sábado (28), em tom irônico, que o PTB virou “criminoso político”, criticou o que classificou de “ativismo judicial” do Ministério Público e desafiou: “podem bater doído na gente”. Ela é filha do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que foi condenado e preso por envolvimento no esquema de corrupção do mensalão do PT.

 

 

Cristiane Brasil teve que solicitar autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para participar neste sábado da convenção do PTB que oficializou o apoio do partido à pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ao Palácio do Planalto.

 

 

Segundo a parlamentar, a inocência dos dirigentes do PTB, que estão entre os alvos da Operação Registro Espúrio, “prevalecerá”.

 

 

A Operação Registro Espúrio, da Polícia Federal (PF), investiga uma suposta organização criminosa integrada por políticos e servidores públicos que teria atuado para cometer fraudes na concessão de registros sindicais pelo Ministério do Trabalho, pasta que é comandada pelo PTB desde 2016.

 

 

A Registro Espúrio tem entre seus alvos outros deputados do PTB, entre os quais Jovair Arantes (GO). A operação resultou na demissão de Helton Yomura (PTB-RJ) do cargo de ministro do Trabalho.

 

 

Indicado pelo PTB, ele foi afastado da função por decisão do STF e pediu demissão ao presidente Michel Temer, que nomeou em seu lugar o desembargador aposentado Caio Vieira de Mello. O novo ministro inclusive exonerou assessores da pasta indicados pelo PTB.

 

 

“O PTB agora virou criminoso político. Então, eu digo para vocês, através de nosso presidente, através de nossos movimentos, que podem bater, podem bater doído na gente, porque no final das contas se nós temos uma Constituição, se fazemos prevalecer as leis deste país, a verdade prevalecerá e a inocência dos nossos dirigentes também prevalecerá. Nós vamos cobrar que a Justiça seja feita”, declarou a deputada em discurso durante a convenção.

 

 

Ao discursar, Cristiane Brasil também criticou o que chamou de "ativismo judicial" contra o partido. A parlamentar afirmou que promotores, delegados e juízes criaram um “novo dicionário de crimes”.

 

 

“Eu acho lindo esse ativismo judicial, só que é proibido. Eu sou contra esse ativismo judicial. Ele não favorece nada ao combate à corrupção” (Cristiane Brasil)
“Hoje em dia, existe um novo dicionário de crimes, que são inventados por esses promotores, delegados e juízes, porque eles não existem no código penal, não existem", completou.

 

 

A deputada não citou nomes de juízes, delegados ou integrantes do Ministério Público, mas ironizou ao falar que fica "impressionada de ver aqueles santinhos, decoreba de diploma, de código, atrás de suas lindas cadeiras, gravando vídeos".

 

 

Em entrevista a jornalistas ao final da convenção, Cristiane Brasil reforçou as críticas. Ela declarou que promotores gravam vídeos para "ensinar a população a votar" e a "escolher candidato". "Isso é um exagero", enfatizou.

 

 

Autorização do STF


No recurso apresentado à Suprema Corte pedindo autorização para ir à convenção do PTB, a filha de Roberto Jefferson pediu para participar da reunião partidária por “tratar-se de atividade inerente ao exercício do mandato parlamentar e ao desempenho de função político-partidária”.

 

 

Na decisão, o ministro do STF Celso de Mello autorizou que a petebista comparecesse à convenção, mas limitou a presença dela unicamente para o período do evento, proibindo conversas particulares e encontros reservados com investigados na Operação Registro Espúrio.

 

 


Além disso, Cristiane Brasil deverá apresentar, em até 72 horas após o evento, relatório da sua presença para demonstrar “precisa correlação entre a sua participação na reunião partidária e o desempenho das funções parlamentares e das atividades político-partidárias”.

 

 

Ministra do Trabalho


Cristiane também foi alvo de polêmica durante o imbróglio jurídico de sua posse como ministra do Trabalho. Escolhida por Temer para o cargo, ela teve a posse barrada pela Justiça.

 

 

Cristiane Brasil foi condenada a pagar R$ 60 mil por dívidas trabalhistas. O governo chegou a recorrer, mas o PTB desistiu da indicação da deputada, em fevereiro, optando por Helton Yomura, que também foi indicado pela direção do PTB.

 

Fonte: G1

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