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Suspeito de receber propina para a concessão de obras públicas, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi preso preventivamente, na manhã desta quinta-feira (17/11), durante a Operação Calicute, da Polícia Federal (PF). A mulher dele, Adriana Anselmo, é alvo de condução coercitiva. Cabral foi preso em casa, no Leblon, Zona Sul da capital fluminense. As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Parte das ordens de prisão também foram expedidas pelo juiz Sergio Moro, de Curitiba.
O prejuízo estimado é superior a R$ 220 milhões, por meio de desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Em nota, a PF informou que a investigação em curso identifica “fortes indícios de cartelização de grandes obras mediante pagamento de propina a agentes estatais”.
São investigados os crimes de pertencimento à organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, entre outros. Também participam das diligências dezenove procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e cinco auditores fiscais da Receita Federal.
Ainda não se sabe se Sérgio Cabral ficará detido no Rio ou em Curitiba. Isso porque a Operação Calicute é fruto de investigação coordenada das forças-tarefa da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro e no Paraná. O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, autorizou duas prisões preventivas, uma prisão temporária e 14 buscas e apreensões. Do Rio, o juiz Marcelo Bretas determinou oito detenções preventivas e duas temporárias, além de 38 buscas. Existem 17 mandados em comum entre os magistrados. Por isso, a Calicute como é também chamada de “Descobridor”, a 37ª fase da Lava-Jato no Paraná.
Pagamento de propinas
Em delação premiada no início deste ano, dois ex-executivos da Andrade Gutierrez afirmaram ter pago propinas por obras para o governo de Cabral. No âmbito de grandes operações policiais, como a Lava-Jato e a Saqueador, o dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, já estava negociando um acordo de colaboração premiada para detalhar esquema de pagamentos ilegais.
Planilhas da Odebrecht com dados do Setor de Operações Estruturadas continham codinomes que ligavam o esquema de subornos a Cabral, de acordo com as investigações da Lava-Jato.
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