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A base aliada do governo Michel Temer está fazendo substituições de integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para garantir que o relatório favorável ao prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra o presidente não seja aprovado.
Foram realizados vários remanejamentos no colegiado desde 26 de junho, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou acusação formal por corrupção contra o presidente no Supremo Tribunal Federal (STF). As movimentações envolveram 13 vagas, das quais 9 de titulares e 4 de suplentes.
Deputados de partidos da base que foram retirados da CCJ afirmam que houve compra de votos. “Soube através da imprensa que fui tirado. Me venderam. Fui vendido. Nojento isso. É barganha, é barganha. Sabe o que é barganha para se manter no governo?”, afirmou o deputado Delegado Waldir (PR-GO).
O deputado Major Olímpio (SD-SP) questionou a validade das mudanças e foi vaiado por integrantes da base aliada. “Quem está vaiando está recebendo carguinho para vaiar”, bradou.
A base aliada diz que as substituições estão sendo feitas a pedido dos próprios membros que não estão se sentindo confortáveis em votar contra a denúncia.
“Estamos fazendo a substituição a pedido dos próprios membros que não estão se sentindo confortáveis em votar contra a denúncia”, disse. “Não há uma instrução (do partido). Eles estão entrando porque se sentem confortáveis para votar contra a denúncia”, afirmou o líder do PR na Casa, José Rocha (BA).
“Isso é um sinal de que a base continua em marcha unida. Diferente daquilo que está sendo apregoado, a base está caminhando junto e no caminho de fazer aquilo que é necessário na avaliação de cada partido, de cada líder para consolidar esse momento dessa crise que nós estamos vivendo”, afirmou o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), ao ser questionado se as trocas da comissão seriam um sinal de força ou de fraqueza do governo.
Parecer favorável
Na terça-feira (11), o relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ) recomendou o prosseguimento da denúncia contra o presidente. Para rejeitar o relatório, o governo precisa de pelo menos 34 dos 66 votos na comissão. Segundo o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, o Palácio do Planalto conta com cerca de 40 votos.
Qualquer que seja o resultado da votação na CCJ, no entanto, o relatório será enviado para análise do Plenário da Câmara, que decidirá se dá aval ou não ao prosseguimento da denúncia por corrupção passiva feita contra Temer pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Para que a denúncia possa prosseguir no Supremo Tribunal Federal (STF), ao menos 342 deputados terão de votar a favor.
O Palácio do Planalto não se pronunciou após a apresentação do relatório. O advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz, disse que o presidente está "sereno" mas "amargurado".
"O presidente está sereno, ele é um homem calmo mas obviamente ele está amargurado. Não é fácil passar pelo que ele está passando. É um homem com 50 anos de vida pública, tem uma carreira e nunca houve uma nódulo, nenhum tipo de acusação e de repente em um ano ele virou um chefe de quadrilha. Que quadrilha? cadê a materialidade do crime?", disse Mariz à Rádio Gaúcha.
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