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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), leu em plenário nesta quarta-feira (26) a ementa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que estabelece um limite para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Com isso, a PEC passa a tramitar no Senado.
Tida como prioridade pelo governo do presidente Michel Temer para reequilibrar as contas públicas, a PEC foi aprovada na madrugada desta quarta pela Câmara em segundo turno, por 359 votos a 116 (e 2 abstenções) e, agora, passará a ser analisada pelo Senado.
Mais cedo, nesta quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entregou a PEC aprovada pelos deputados a Renan. A proposta, agora, será remetida à CCJ.
Ao fazer a leitura da PEC em plenário, Renan Calheiros disse que sugeriu o nome de Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado, para relatar da proposta. Cabe ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, José Maranhão (PMDB-PB) indicar o relator.
Segundo Renan, o presidente da CCJ demonstrou disposição em escolher o líder do PMDB para relatar o texto na comissão.
Em plenário, Renan afirmou que a proposta seguirá o calendário “natural” e que foi acordado entre líderes partidários.
Pelo cronograma acertado entre Renan Calheiros e os líderes partidários (veja todas as datas ao final desta reportagem), a votação da PEC em primeiro turno está prevista para 29 de novembro e, em segundo turno, para 13 de dezembro.
Por se tratar de uma emenda à Constituição, para entrar em vigor, o texto precisa do apoio de, pelo menos, três quintos dos senadores (49 dos 81). Se os parlamentares aprovarem algum tipo de mudança no texto original, a PEC retornará à Câmara.
PEC 241
A PEC 241 prevê que, nos próximos 20 anos, os gastos da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior.
A partir do décimo ano, porém, o presidente da República poderá propor ao Congresso uma nova base de cálculo.
Em caso de descumprimento, a PEC estabelece uma série de vedações, como a proibição de realizar concursos públicos ou conceder aumento para qualquer membro ou servidor do órgão.
Inicialmente, os investimentos em saúde e educação deveriam obedecer o limite estabelecido pela PEC, mas, diante da repercussão negativa e da pressão de parlamentares da base aliada, o Palácio do Planalto decidiu que essas duas áreas só serão incluídas no teto a partir de 2018.
Cronograma
O cronograma definido por Renan Calheiros e líderes partidários estabelece o seguinte rito da PEC 241 no Senado:
>> Ainda nesta semana: texto é encaminhado à CCJ, onde será designado um relator;
>> 1º de novembro: parecer do relator é apresentado, e senadores terão uma semana para análise;
>> 8 de novembro: audiência pública para debater a PEC (especialistas a favor e contrários à proposta serão chamados);
>> 9 de novembro: votação do parecer do relator (se a PEC for aprovada, o texto será enviado ao plenário);
>> Data a definir: audiência pública para debater a PEC no plenário (especialistas a favor e contrários à proposta serão chamados);
>> 29 de novembro: votação da PEC em primeiro turno no plenário;
>> 13 de dezembro: votação da PEC em segundo turno no plenário (se for aprovada, a proposta será promulgada e as novas regras passarão a valer).
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