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O presidente Michel Temer classificou como “ladainha” algumas das críticas que têm sido feitas a seu governo, em especial às medidas de definição de teto para os gastos públicos e os efeitos que elas trariam para os setores de educação e saúde. Ao citar as ocupações em escolas e universidades públicas e manifestações nas quais se coloca fogo em pneus para parar o trânsito, ele fez críticas ao que chama “argumentos físicos” – tipo de argumentação que foge do campo das ideias. As declarações de Temer foram feitas hoje (8) durante a abertura de um seminário sobre infraestrutura, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Dizem que isso [a PEC Teto dos gastos públicos] vai prejudicar setores importantíssimos do país, como saúde e educação. Foi aí que o [ministro da Fazenda, Henrique] Meirelles organizou o orçamento para 2017, aplicando [o que está previsto na] PEC. E, ao fazê-lo, vimos que aumentamos as verbas para saúde e educação. Divulga-se muita ladainha, por mais que se fale”, disse o presidente.
Segundo Temer, situação similar ocorreu durante a tramitação da Medida Provisória (MP) que trata da reforma do ensino médio. Entre as críticas feitas à MP está a de que ela não foi debatida com a sociedade. O presidente ressaltou, no entanto, que a medida teve por base projetos de lei que já tramitavam no Congresso e que, se o Congresso Nacional assim desejar, a MP pode ser substituída por algum desses projetos de lei.
“Sempre se falava na necessidade da reforma do ensino médio, mas nunca se fazia”, disse ele. “As pessoas debatem sem ler o texto. Mas se quiserem votar um projeto de lei, não há problema nisso. Se for necessário aprovar o projeto de lei, nós votaremos”.
Na avaliação do presidente, ao dar condições para que, no ensino médio, se valorize também a formação técnica dos alunos, a MP proporciona mais alternativas aos alunos. Da forma como está, acrescentou o presidente, o estudante se forma sem condições de fazer sequer cálculos matemáticos básicos. “Além disso, a pessoa fala um idioma que não sabe de onde vem”, disse em tom crítico à forma como a língua portuguesa é ensinada.
Ao comentar alguns dos programas sociais desenvolvidos pelo governo federal, Temer destacou a relevância de alguns deles para o aquecimento de setores da economia, como o da construção civil. Ele, no entanto, disse que, com o crescimento do país, alguns deles poderão se tornar desnecessários, caso o país consiga gerar empregos.
“Os programas [sociais] são úteis par o Brasil. O Bolsa Família, por exemplo. Para gente paupérrima, verificou-se que o Bolsa Família é importante. Não é para ser eterno, porque o país deverá crescer com o tempo, de tal maneira que não seja necessário o Bolsa Família”, disse ele ao destacar que o reajuste desse benefício, já durante seu governo, chegou a 12%.
Outro programa citado pelo presidente Temer foi o Minha Casa, Minha Vida (MCMV). “Há nele várias vantagens. Uma, que ajuda os pobres. Outra, que mobiliza a construção civil e o setor de materiais de construção. Vamos inclusive lançar nesta semana o Cartão Reforma, que é a possibilidade de a pessoa receber um financiamento de R$ 5 mil da Caixa para reformar sua casa. É mais uma coisa voltada aos mais pobres e também à construção civil, que gerará emprego. Este é o tópico do nosso governo”.
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