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26/09/2016 11:00
Saúde
Campanha incentiva doação de órgãos e tecidos na orla de Ponta Verde
Ação busca sensibilizar a população sobre a importância da autorização para a retirada de órgãos, após a confirmação de óbito
Iniciativa é promovida em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro / Olival Santos
Agência Alagoas

A Central de Transplantes de Alagoas realizou, na manhã deste domingo (25), a abertura da campanha de conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos na orla de Ponta Verde. Intitulada ‘Setembro Verde’, a iniciativa é promovida em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro.



Dúvidas puderam ser esclarecidas, com o propósito de ganhar novos voluntários engajados com o tema. Além da informação, também foram oferecidos ao público presente alguns serviços gratuitos, como aferição da pressão e testes de hepatite C e glicemia. Além da Central de Transplantes, participaram do evento a Organização de Procura de Órgãos do HGE e da Associação dos Renais Crônicos de Alagoas.



Desde o primeiro semestre de 2016, o Estado de Alagoas já realizou 58 transplantes, sendo quatro de rins, dois de coração e 52 de córnea. Na fila de espera, somam-se 241 pessoas, das quais 147 precisam de transplante renal, 92 de córnea e apenas duas necessitam de um novo coração.



De acordo com Eyre Malena, psicóloga e coordenadora administrativa da Central de Transplantes de Alagoas, a campanha é destinada, especialmente, aos familiares de pessoas que manifestaram em vida a vontade de ser um doador de órgãos.



“No Brasil, para ser doador de órgãos e tecidos não é necessário deixar claro nada por escrito. Basta manifestar essa vontade para os familiares. A doação de órgãos e tecidos só acontece após autorização familiar documentada. Quando a pessoa não avisa, a família fica em dúvida”, explicou.



A doação de órgãos e tecidos, para ela, é um ato de amor e solidariedade. “O transplante pode salvar vidas, no caso de órgãos vitais como o coração, ou devolver a qualidade vida, quando o órgão transplantado não é vital, como os rins. Além disso, o ato estrutura a saúde física e psicológica de toda a família envolvida com o paciente transplantado”, destacou.



Para as irmãs Elda Maranhão (59) e Sandra Maranhão (54), a campanha é de fundamental importância para que as pessoas tomem consciência do que é ser um doador de órgãos e tecidos, que, em muitos casos, pode ser a única chance de se salvar uma vida.



“É, sem dúvida, um procedimento médico com enorme perspectiva, porém impossível de ser executado sem o consentimento de uma população consciente da possibilidade, da necessidade e responsabilidade após a morte. O que deixamos como lembrança é o que fizemos pelos nossos semelhantes. Com certeza, a doação de órgãos e tecidos é um gesto de grandeza que nunca será esquecido. Somos doadoras e nossa família sabe”, disse Elda Maranhão.



Segundo Malena, um dos principais fatores que limita a doação de órgãos é a baixa taxa de autorização da família do doador, além do estigma religioso. “Em geral, metade das famílias entrevistadas não concorda que sejam retirados os órgãos e tecidos do ente falecido para doação” revela.



O professor de Educação Artística e de Matemática Jorge Porto (60) descobriu, há 20 anos, um problema de saúde por causa de insuficiência hepática. Ele realizou o transplante do órgão e revela que voltou a ter qualidade de vida.



“Eu estava com 25% do órgão em funcionamento e, graças a Deus, após o transplante, tudo mudou em minha vida. Eu não tinha qualidade de vida nenhuma, era do hospital pra casa. A participação da família foi fundamental para o meu tratamento. Hoje eu pratico alguns esportes que eu não podia fazer antes, participo de todos os eventos familiares e tenho uma vida normal e tranquila. Estou aqui contribuindo para que outras pessoas se sensibilizem e doem órgãos”, disse, com um sorriso satisfeito.



O que pode ser doado?



A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas pulmão e intestino) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). A doação de órgãos, como o rim, parte do fígado e da medula óssea, pode ser feita em vida. Em Alagoas, especificamente, são realizados apenas os transplantes de rins, coração e córnea.



Já a doação de pessoas falecidas somente acontecerá após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica. Geralmente, são pessoas que sofreram um acidente que provocou traumatismo craniano (acidente com carro, moto, quedas etc.) ou sofreram acidente vascular cerebral (derrame) e evoluíram para morte encefálica.



Para obter mais informações, entre em contato com Eyre Malena, pelo telefone (82) 3376-8186 ou pelo e-mail: doevida@saude.al.gov.br.

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