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13/10/2016 23:15
Saúde
Governo expande metas de atenção à saúde infantil
Para os próximos cinco anos, a estimativa é que unidades credenciadas como Hospital Amigo da Criança façam um a cada três partos realizados no País
Plano é ampliar em quatro vezes por ano o número de unidades credenciadas à iniciativa Plano é ampliar em quatro vezes por ano o número de unidades credenciadas à iniciativa / Assis Cavalcante/Prefeitura de Sorocaba (SP)
Brasil.gov

O Ministério da Saúde anunciou a expansão das metas de cuidado infantil no Brasil. Uma delas é ampliar de quatro para 16 o número de credenciamento de unidades por ano como Hospital Amigo da Criança, iniciativa que completou 25 anos na segunda-feira (10).

 

Para os próximos cinco anos, a estimativa é que esses hospitais façam um a cada três partos realizados no País, um aumento de 32%.

 

Os Hospitais Amigos da Criança são aqueles reconhecidos pelo Ministério da Saúde por adotarem práticas que propiciem um atendimento humanizado às mães e aos bebês, como a abolição da violência obstétrica e o incentivo ao parto normal. Essas unidades também se destacam pelo estímulo ao aleitamento materno e à vida saudável.

 

Atualmente, 326 hospitais brasileiros têm o selo Amigo da Criança, cerca de 10% do total de maternidades registradas no País. A meta do Ministério da Saúde é ampliar a cada ano o número de estabelecimentos credenciados. Desse modo, já no próximo ano, haveria um aumento de 16 unidades, chegando a 342.

 

A ampliação dos Hospitais Amigos da Criança é importante para a qualificação do atendimento às mães e aos bebês, pois eles são responsáveis por um a cada quatro nascimentos que ocorrem no Brasil, ou seja, média de 725 por ano.

 

“Os Hospitais Amigos da Criança são referências em qualidade e humanização do atendimento durante todas as etapas da gestação e do pós-parto. Nosso objetivo é fortalecer essas unidades para que ofereçam um cuidado cada vez mais integral às crianças e às mães”, afirma o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo.

 

A avaliação do secretário é baseada nos indicadores de qualidade desses hospitais. Conforme a Nascer no Brasil – Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento, realizada em 2014 pela Fiocruz, bebês saudáveis que nascem nesses estabelecimentos têm menos risco de sofrer intervenções desnecessárias logo após o parto, como aspiração das vias aéreas, uso de oxigênio inalatório e uso de incubadora.

 

O contato pele a pele com a mãe logo após o nascimento, a amamentação na primeira hora de vida, ainda na sala de parto, e o alojamento conjunto também ocorrem com mais frequência em Hospitais Amigos da Criança do que em maternidades que não possuem esse título.

 

Já a Pesquisa de Prevalência em Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras, de 2008, apontou que os nascidos em uma unidade amiga da criança têm 9% a mais de chance de serem amamentados na primeira hora de vida. Além disso, as crianças que nasceram nesses locais receberam leite materno exclusivamente por 60,2 dias, enquanto as que nasceram em maternidades descredenciadas, por 48,1 dias.

 

Reconhecimento internacional

 

Para comissariados internacionais, o Brasil é atualmente uma das principais referências internacionais na assistência de crianças e mulheres e, por isso, a apresentação das ações realizadas no País será fundamentais para a expansão do cuidado em outros países. Nos próximos dias 24 a 26 deste mês, especialistas e representantes de diversos países estarão reunidos em Genebra, na Suíça, para discutir estratégias de fortalecimento e expansão da Iniciativa Hospital Amigo da Criança.

 

De acordo com o representante da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil, Gary Stahl, “ao longo dessas três décadas, a política brasileira de aleitamento materno avançou progressivamente na garantia dos direitos de crianças e das mulheres, qualificando o cuidado integral, nos preparativos do parto, no parto e no pós-parto e nascimento”.

 

Já para a coordenadora da Unidade Técnica de Família, Gênero e Curso de Vida da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço continental da Organização Mundial de Saúde, Haydee Padilla, “o Brasil se consolidou, nos últimos anos, como um exemplo no aleitamento materno, com sua política e a estratégia de assistência às mães e bebês, assim como no fortalecimento dos recursos humanos e por meio da Iniciativa Hospital Amigo da Criança”.

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