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Imagine a pessoa, de uma hora para a outra, não conseguir falar uma palavra sequer. Foi o que aconteceu com a cortadora de cana Luzinete Lima Rocha, de 71 anos, que precisou ser levada com urgência ao Hospital Geral do Estado (HGE). O caso dela está relacionado ao acidente vascular cerebral, mas se engana quem pensa que esse risco só está relacionado a doenças graves. Um jovem sadio, mas que não cuida da saúde de sua voz, também está passível a esse susto.
O alerta é da fonoaudióloga Ana Paula Cajaseiras. Ela explica que cada pessoa tem sua extensão vocal e predisposição a desenvolver enfermidades. Assim sendo, é possível que um indivíduo seja acostumado a utilizar uma voz desajustada, que sobrecarrega a musculatura, podendo gerar fadiga e até nódulos.
“Isso pode ocorrer, por exemplo, quando um cantor não cuida da voz antes e depois da apresentação. Quando o operador de telemarketing inicia os atendimentos sem atentar-se à hidratação. Quando o professor ministra muitas aulas diárias em tom excessivo. Quando alguém fuma, consome excessivamente bebidas muito geladas e alcoólicas, come muitos alimentos condimentados e abusam nas soluções paliativas que podem mascarar a lesão”, exemplificou a especialista.
O pigarro excessivo, a rouquidão prolongada, o desconforto vocal excessivo e o cansaço ao falar também podem ser sintomas do desenvolvimento de doenças graves. “Quando se chega a um quadro de disfonia é possível existir o câncer de cabeça-pescoço. Nesse caso, no HGE, nós realizamos orientações, definimos a melhor forma de realizar a alimentação, e encaminhamos a um hospital referenciado nesse tipo de assistência”, explicou Ana Paula Cajaseiras.
Porém, ainda que a doença seja curada, a fonoaudióloga atenta que as sequelas podem surgir e evoluir para uma deficiência que impeça o cantor, o operador de telemarketing, o professor ou qualquer outro profissional de continuar com suas funções
“Daí entra o drama psicológico e muitas vezes financeiro pelo desvio de função, pela frustração de não poder mais realizar aquilo que para si tanto era importante”, enfatizou.
Luzinete Lima Rocha está com a saúde devidamente tratada pela equipe multiprofissional da Unidade de AVC, mas sabe que sua voz permanecerá rouca e com dificuldades.
“Confesso que não sabia que o fumo podia prejudicar minha voz. Sou viúva, tenho 13 filhos, e nem lembro com quantos anos comecei a fumar. Tomo meus remédios por causa da diabetes e hipertensão, mas não estava consciente dos outros tantos riscos. Foi tão agoniante não conseguir falar, que eu não quero viver isso de novo e nem desejo que outras pessoas passem por isso”, disse a cortadora de cana, que vive na zona rural de Boca da Mata.
Então, para conscientizar a população, a fonoaudiólogia do HGE promove na segunda-feira (17), uma palestra dentro do maior hospital público de Alagoas sobre a saúde vocal. Porém, para o conteúdo entrar nos lares alagoanos, uma agenda de entrevistas está na programação da equipe a ser proposta aos meios de comunicação. As ações são alusivas ao Dia Nacional da Voz, celebrado neste domingo, 16 de abril.
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