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Além da dor de perder um ente querido, os familiares dos mortos pela Covid-19, em sua maioria, têm desenvolvido graves transtornos mentais, uma vez que são impedidos de concretizar o luto, já que os rituais fúnebres são limitados e não há contato com as vítimas, devido ao risco de contaminação. Diante desta realidade, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) lançou, nesta sexta-feira (17), o Programa Cuidados ao Luto, onde psicólogos da Supervisão de Atenção Psicossocial contatam as esposas, maridos, irmãos, filhos e pais, prestando assistência psicológica até que eles consigam superar o momento da perda.
A medida foi adotada com base no fato de que a impossibilidade da despedida pode levar à expectativa de que aquela morte não aconteceu, uma vez que não se vê o corpo. E, como se não bastasse, o velório, quando ocorre, é feito por pouco tempo e limitado a menos de uma dezena de pessoas. Com isso, o Cuidados ao Luto tem o propósito de fomentar alternativas que proporcionem uma adaptação dos familiares à falta de seus entes queridos, principalmente porque o desaparecimento ocorreu de forma abrupta e, caso a vítima tenha ficado interna, o contato físico foi impedido, uma vez que as visitas a pacientes da Covid-19 são expressamente proibidas, visando evitar a disseminação do novo coronavírus.
Para realizar o contato com os familiares das vítimas da Covid-19, os psicólogos da Assessoria de Atenção Psicossocial da Sesau irão receber diariamente os relatórios do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Alagoas (Cievs/AL), que descreve a relação dos óbitos. As famílias serão acionadas de maneira não invasiva, verificando se necessitam de um suporte psicológico devido à morte do ente querido, vitimado em decorrência da pandemia do novo coronavírus, conforme ressalta o supervisor de atenção psicossocial, Rodrigo Gluck.
“Caso o familiar aceite, nossa equipe de psicologia fará o acompanhamento, seguindo um protocolo de acolhimento e conforto. Se for notada a necessidade de um acompanhamento mais prolongado, eles serão direcionados ao Alô Saúde Mental. Com esta medida, estaremos contribuindo para evitarmos o surgimento de um exército de pessoas com depressão, pelo fato de não terem vivenciado um luto pleno pelas vítimas da Covid-19”, salienta Gluck.
Óbitos – Desde o início da pandemia da Covid-19, Alagoas já confirmou 1.348 óbitos em decorrência da doença, sendo sete vítimas residentes em outros estados e 1.341 no território alagoano. Dessas, 752 eram do sexo masculino e 589 do feminino, sendo Maceió, Arapiraca, Rio Largo, São Miguel dos Campos, União dos Palmares e Marechal Deodoro os cinco municípios com o maior número de mortes, com 660, 69, 46, 24, 24 e 22 respectivamente.
Fonte: Agência Brasil
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