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Editorias

26/10/2016 09:00
Cidades
Arapiraca estimula os princípios da 'Não Violência' entre crianças e educadores
Programa de Educação Emocional e Social leva para as salas de aula os ensinamentos do pacifista Mahatma Gandhi
Pureza das crianças ajuda na disseminação de uma cultura da paz / Foto: Ascom Seprev
Agência Alagoas

“É possível lutar sem armas?”, interrogou Camilly Victória, de 9 anos, aluna do 4º ano da Escola de Ensino Fundamental Ana Rita de Cássia, em Arapiraca, durante uma das aulas da Liga Pela Paz, uma metodologia do Programa de Educação Emocional e Social implantado no município em parceria com a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), prefeitura e organização Inteligência Relacional.



Embasada nos princípios da 'Não Violência', de Mahatma Gandhi, um dos grandes pacifistas da história da humanidade, a professora Erivânia Maria Martins respondeu que as passeatas, greves, protestos e jejuns, por exemplo, são algumas maneiras educativas de se travar uma luta. E que estas armas de tão poderosas são até capazes de levar um povo à sua independência, como aconteceu com a Índia, que teve à frente de sua libertação Gandhi.



“Ele é um exemplo para a todos nós. Meus alunos num primeiro momento acharam estranho existir uma pessoa como ele. A figura dele também se apresentou estranha, mas logo se identificaram com a personalidade pacífica e a partir daí passaram a gostar de Gandhi”, disse Erivânia.



Para Mahatma, que desde 2007 inspira o “Dia Mundial da Paz”, comemorado no início deste mês de outubro, o trabalho era mais importante que as leis, pois a injustiça está em tudo que há na terra, isto é, nos homens e em suas regras. Ele acreditou nas coisas simples como “amar ao próximo como a si mesmo” e na “palavra” como resposta a toda e qualquer violência do império inglês. A luta de Gandhi consistia na corajosa resistência civil. Ele também fez da oração e do jejum parte de sua manifestação de solidariedade aos famintos de seu país.

 


Ao som de “Briga versus Luta”, de Márcio Coelho, uma das músicas do acervo psicopedagógico da Metodologia Liga Pela Paz, as crianças do 4º ano cantarolaram as diferenças entre uma coisa e outra, como bem frisou, em seguida, o João Pedro Vital da Silva: “Não conhecia ele, mas agora sei que era um homem muito bom e me ensinou que é possível lutar pelas pessoas sem violência, pois isso é o certo a se fazer. Quando a gente briga, age sem pensar, quem ganha é a violência”.



E só para complementar a fala de João, Pâmela Laryssa Ferreira finaliza: “O coração de Gandhi era enorme. Cabia todo mundo dentro! Achei legal isso de ensinar o bem para as pessoas. A minha professora é como um Gandhi para mim, porque ela ensina a paz”.



Leitura e escrita


O tema do projeto municipal, e anual, “Leitura e Escrita”, da Escola de Ensino Fundamental Ana Rita de Cássia este ano vem trabalhando “A paz é a gente que faz... Resgatando os valores através das emoções”.



Desde abril, a escola desenvolve a temática por meio de leitura, produção e interpretação de texto de diferentes gêneros, pesquisas, peça teatral, músicas, danças circulares, oficina de poesia, dramatização de histórias e grupos de diálogo com os 342 alunos do pré-escolar I ao 5º ano.

 


Promover a reflexão sobre as emoções e os sentimentos, tendo por base situações concretas e experiências vividas dentro e fora da sala de aula, como também difundir a Cultura de Paz e Não Violência como estratégia para um melhor convívio entre professores, alunos, famílias e amigos são só alguns dos objetivos do tema proposto.



A culminância do projeto acontecerá no final de novembro com a apresentação dos trabalhos realizados ao longo do ano e também com uma teatralização relacionada ao tema.


“Desde a Formação Inicial do programa, da qual participamos, a gente nota que a metodologia é algo que tem a crescer ainda mais. Temos visto um fluxo muito bom com os alunos ao darmos essa ênfase nas emoções e nos sentimentos. Sinto o quanto eles esperam o dia dessa aula”, disse a diretora da Escola Ana Rita de Cássia, Claudijane Guedes.



E concluiu: “Até as ‘palavrinhas mágicas’, como ‘desculpa’ e ‘obrigado’, voltaram a reinar em nossa escola”.

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