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Centenas de pássaros silvestres que estavam sendo comercializados ilegalmente na feira do município de Arapiraca, no Agreste de Alagoas, foram apreendidos na manhã desta segunda-feira (21). O flagrante foi feito pela Fiscalização Preventiva Integrada do Rio São Francisco da Tríplice Divisa (FPI do São Francisco), por meio da equipe fauna.
O trabalho da FPI começou por volta das 5h da manhã e, dentre as espécies resgatadas, estavam Curió, Papa-Capim, Extravagante, Azulão, Galo de Campina, Rolinha e Sabiá. Grande parte dos animais apresentava sinais de maus-tratos, segundo os técnicos. Além das aves, uma iguana foi encontrada.
Durante a ação, dois homens foram detidos, Luiz Carlos dos Santos e José dos Santos Silva. O Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrecia (TCO), já que os crimes de comércio ilegal, maus-tratos e venda de animais silvestres são de menor potencial ofensivo.
Os pássaros foram resgatados e encaminhados ao centro de triagem montado especialmente para receber os animais que serão recolhidos ao longo dos 13 dias da força-tarefa.
O promotor de Justiça Alberto Fonseca, do Núcleo de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), afirmou que, apesar dos ilícitos não serem considerados graves, é importante coibir a venda ilegal das espécies silvestres para que as aves não sejam ameaçadas de extinção.
"Esse é um dos objetivos da FPI, prevenir que os crimes já cometidos contra o meio ambiente se agravem ainda mais. Aqui temos espécies de pássaros importantes para a fauna do Sertão e que podem entrar na lista vermelha do Ibama, que é aquela que mostra quais são os animais com risco de extinção", declarou o promotor.
O que mais chamou a atenção da equipe da fauna foram os sinais de maus tratos em algumas aves. Parte delas tinha os bicos quebrados e feridas nas cabeças. Todas estavam sem água e comida em suas gaiolas.
FPI da Tríplice Divisa
O trabalho neste ano da FPI envolve uma grande força-tarefa entre Alagoas, Bahia e Sergipe, com mais de 400 profissionais e cerca de 56 instituições e entidades.
São promotores de Justiça, procuradores da República, procuradores do trabalho e técnicos de 56 instituições e entidades na tentativa de salvar o rio considerado da integração nacional. A FPI também tem a missão de cuidar da saúde e da segurança do trabalho dos ribeirinhos e dos patrimônios natural e cultural dos municípios que integram a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
Nesta primeira FPI conjunta, os trabalhos serão coordenados pelas unidades do Ministério Público Estadual e Federal de Alagoas, Bahia e Sergipe e pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Na metodologia de trabalho, cada estado, traça quais são os tipos de degradação ambiental mais comuns na sua região e, a partir daí, aponta os alvos que serão fiscalizados.
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