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Editorias

31/12/2016 20:15
Cultura
2016: obras de alagoanos consolidam Estado no cenário da arte popular brasileira
Protagonismo em feiras nacionais, espaço em grandes galerias, destaque em novelas e um recorde em comercialização
/ Fotos: Itawi Albuquerque
Agência Alagoas

A arte popular, frequentemente vista como um dos ícones da cultura alagoana, tem ido muito além da perpetuação da tradição pelas terras onde pulsam as águas das lagoas e mares. Berço de grandes artistas populares, como dona Irinéia, Mestre Aberaldo, João das Alagoas, Mestra Sil, André da Marinheira e Mestra Vânia Oliveira, a arte feita com mãos e história fincou Alagoas numa posição de destaque nacional dentro do artesanato brasileiro.

 

 

O ano de 2016 foi de suma importância para o reconhecimento da arte produzida pelos artistas locais. Com um trabalho estratégico planejado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado (Sedetur), ações que fomentam a divulgação, promoção e comercialização do artesanato foram fundamentais para a propagação da arte popular alagoana em grandes revistas de circulação nacional, como Casa Cláudia e Casa Vogue Brasil.

 



O artesanato em Alagoas tem forte relação com o desenvolvimento econômico do Estado, sendo um dos principais meios de geração de renda para centenas de famílias alagoanas. De acordo com a Gerente de Design e Artesanato da Sedetur, Daniela Vasconcelos, o investimento em iniciativas que contribuam para o crescimento dos artesãos são benéficas para o reconhecimento do trabalho produzido aqui.

 

 

 

“Apresentamos possibilidades para eles, como a participação em feiras nacionais através do edital de chamamento público, que busca uma transparência nesse processo seletivo e dá oportunidade para nomes que até então muita gente não conhecia. Ouvimos de lojistas, donos de galerias e colecionadores que Alagoas hoje é o Estado que tem a melhor produção artesanal do País e isso é fruto do trabalho que desenvolvemos junto com os artesãos”, comenta Daniela.

 

 

Alagoas conta com mais de 10 mil artesãos inseridos no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro e uma pluralidade de matérias primas, tipologias e artistas populares. Tamanho volume de informações foi compilado em um catálogo lançado em julho, durante a 17ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), realizada em Recife.

 

 

O Catálogo do Artesanato Alagoano reúne as sete tipologias desenvolvidas em Alagoas, além de trazer a história de 15 mestres artesãos, pontuando a relação de seus trabalhos com a região em que foram criados, facilitando a ponte entre artesãos e lojistas e aproximando o público das peças.

 



Arte sem fronteiras

 



O artesanato alagoano está em foco em todo o Brasil. A prova disso é o protagonismo dos artesãos em feiras e eventos de porte nacional ao longo do ano. Em 2016, por meio do edital de seleção dos artesãos para participação em feiras, fruto de uma solicitação do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), 32 artesãos puderam participar de feiras nacionais.

 

 

É o caso da Mestre Artesã e Patrimônio Vivo do Estado, Vânia Oliveira, de 59 anos, que estava há 10 anos sem participar de feiras nacionais e teve uma peça premiada durante seu retorno aos eventos, na 17ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte).

 

 



“Eu voltei a participar de feiras principalmente por conta dos editais, que organizaram a nossa participação nesses eventos. As feiras nacionais são muito importantes para os artesãos, não só pela comercialização, mas pela divulgação que nosso trabalho ganha e a troca de conhecimento que temos com colecionadores, donos de galerias e pessoas que realmente gostam da arte popular. O apoio que a Secretaria vem nos dando é fundamental, porque há uma valorização não só do artesanato, mas do próprio artesão e não é todo mundo que enxerga isso”, comenta Vânia.

 

 

Durante o ano, os artesãos alagoanos participaram de três grandes feiras nacionais, como a Brasil Original Artesanato, em São Paulo; Feira Nacional do Artesanato, em Belo Horizonte e a Feira Nacional de Negócios do Artesanato, em Recife. Junto ao caminhão itinerante e eventos, como o "café com arte", as feiras nacionais totalizaram cerca de R$ 627.437,86 em comercialização de produtos em 2016.

 



Para além do expressivo valor comercializado em produtos artesanais, as feiras contribuíram para agregar valor cultural ao artesanato alagoano. Com a visibilidade na Fenearte, a produção da novela A Lei do Amor, da Rede Globo, fez o primeiro contato com os artistas alagoanos durante a feira para que algumas peças fizessem parte da fictícia “Galeria Heloísa Bezerra”, administrada pela personagem principal da trama, vivida pela atriz Cláudia Abreu.

 

 

No folhetim exibido em horário nobre, é possível conferir obras da ceramista Nena e dos mestres André da Marinheira, João das Alagoas e Sil. A participação da cultura alagoana em novelas globais também foi observada pela trama antecessora à Lei do Amor, Velho Chico, ambientada em Piranhas, Sertão alagoano.

 



O artesanato produzido em Alagoas deixou de ser visto como algo de pouco valor e ganhou espaço em grandes galerias de arte espalhadas pelo Brasil, como a Pé de Boi, no Rio de Janeiro, umas das maiores referências da arte popular brasileira. Além da Brasileirinho (MG), do Projeto Terra (SP) e do Sambaki (SP).

 

 

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