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12/08/2022 14:34
Alagoas
Ginásio do SESI passa a se chamar Lauthenay Perdigão: justa homenagem
Mudança foi por meio de decreto, devido à aquisição pelo Estado de espaço que antes era privado
/ Foto: Reprodução

Conhecido mais como Ginásio do SESI do que pelo próprio nome oficial, o espaço que abrigou quase todos os tipos de ações, desde que a necessidade fosse espaço de sobra, mudou de nome. Deixa de se referir ao ex-presidente Fernando Collor e passa a homenagear, de modo mais justo, o jornalista, pesquisador, historiador, entusiasta e dedicado defensor da memória esportiva de Alagoas: agora será Ginásio Poliesportivo Lauthenay Perdigão.


Em seu blog no portal Cada Minuto, a jornalista Vanessa Alencar registrou:


“O decreto, já em vigor, está em consonância com a importante Lei Federal 6454/1977, que veda, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta”, diz.


Entrou para o imaginário da juventude, na geração da época, que a Legião Urbana não se apresentou em Maceió por causa do nome do espaço.


Sem outro local para abrigar espetáculo do porte do grupo que arrastava multidões, o impeditivo estaria na objeção de seu vocalista, Renato Russo, em se apresentar em local com aquela denominação.


De entrevistas a menções em palco – sem contar o conteúdo das próprias letras – Renato era conhecido e cultuado pelas posições e consciência políticas – e, como se vê hoje, pela condição de visionário.


Viria daí a falta, para muitos fãs da banda e do gênero: a Legião Urbana nunca pôs os pés em Maceió.


“Falecido aos 86 anos, em agosto de 2021, Lauthenay era jornalista, ex-atleta e diretor do Museu dos Esportes, sendo considerado um guardião da memória do esporte alagoano”, acrescenta o texto da jornalista.


Mas, também num espaço de portal eletrônico, o jornalista Gabriel Mousinho escreveu:


“Substituir o nome do ex-presidente Fernando Collor do Ginásio do Sesi para Poliesportivo Lautheney Perdigão sob a alegação de que uma Lei Federal proíbe atribuir nome de pessoa viva a bem público, é, sinceramente, muito questionável e cheira a embate político em tempo de eleições”.


E defende que “se assim fosse, o Estádio Rei Pelé, cujo personagem ainda está vivo” deveria mudar de nome: “um dos seus idealizadores, o então governador Lamenha Filho, e o industrial Napoleão Barbosa que tocou o projeto”, acrescentou, alegando ser “o momento é completamente inoportuno”.


Mas, pela apuração da jornalista Vanessa Alencar, fica o esclarecimento:


“A Secretaria de Comunicação de Alagoas explicou que, após a aquisição do ginásio – que era privado – pelo Estado, houve a necessidade de modificar o nome, em conformidade com a legislação”.

 

TEXTO: Felipe Farias

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