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06/01/2017 07:30
Alagoas
Grupo realiza ato contra frase polêmica em chopparia de Maceió
Homens e mulheres protestaram contra o machismo; faixa que motivou o protesto foi trocada por mensagem de paz
Manifestantes entoavam gritos de guerra contra o machismo na frente de bares / FOTO: REBECCA BASTOS
GazetaWeb

Das redes sociais para as ruas. Uma manifestação online culminou em um ato público e, desta vez, homens e mulheres se uniram para lutar contra o machismo, na noite desta quinta-feira (5), na avenida Dr. Antônio Gomes de Barros, no bairro de Jatiúca, em Maceió. A frase "Cuidado, nosso chopp tem hormônios femininos, quanto mais se bebe, mais se fala besteira", que compunha a decoração de um bar, foi divulgada na internet por uma frequentadora, que considerou o dito machista. A publicação atingiu um grande número de pessoas, e fez com que o estabelecimento trocasse a estampa por uma placa de Paz.

"Naturalizar a burrice da mulher é uma violência transvestida de brincadeira. Esse movimento tem a intenção de aprofundar a reflexão e mostrar que o machismo não é novo, a reação a esse tipo de violência que é nova - e a mudança assusta muita gente", disse Jeanmerson dos Santos, de 33 anos, que participa ativamente do Levante Popular da Juventude.

O protesto percorreu toda a extensão da avenida e contou com a participação de movimentos sociais como a Marcha Mundial das Mulheres, Movimento de Mulheres Olga Benário e do Levante Popular da Juventude. Ao som do Coletivo Maracatodos, os presentes entoavam palavras de guerra contra atitudes machistas e exigiam respeito.

"Qualquer ação como essa causa um impacto forte. E é bom observar que, de certa forma, as abordagens que estamos realizando hoje estão gerando uma mudança. Nossa luta é contra essa violência disfarçada de brincadeira. Pude ver homens se solidarizando com a causa, mas também presenciei piadas e frases ridicularizando o ato", contou a presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos das Mulheres, Ana Maria Pereira.

Por todo o trajeto, manifestantes carregaram faixas e cartazes

FOTO: REBECCA BASTOS


Com panfletos e adesivos, os manifestantes abordavam clientes que estavam nos bares localizados em uma das avenidas mais movimentadas da capital alagoana. Alguns aplaudiam o protesto e se solidarizavam com as reivindicações. "Acho que o respeito é fundamental. Todos estão de parabéns por lutar por uma causa tão nobre", afirmou Antonio Pimentel, de 61 anos, que desfrutava da companhia de sua esposa, Silvana Pimentel, de 57 anos. Ela também defendeu o movimento e com o marido. "Sem dúvida o respeito vem em primeiro lugar. Aquela frase é de muito mau gosto e alimenta algo que não é saudável", concluiu.

Para o gerente geral do bar, Marcos Nunez, o estabelecimento respeita as mulheres e não tinha a intenção de gerar tamanho desconforto. "A frase foi interpretada de maneira errada e nós respeitamos todos os clientes. Atendemos todos da mesma maneira", disse.
A nova decoração do bar agora expõem o número do disque denúncia 180, para reforçar a existência de um canal que ajuda no combate aos casos de violência contra a mulher. De acordo com a superintendente de Políticas para a Mulher, Anne Caroline Fidelis de Lima, existe uma rede de enfrentamento que é fundamental para coibir e combater manifestações de ódio e violência contra mulheres. "Esse machismo velado fomenta um discurso de ódio que é prejudicial para a sociedade como um todo. A luta é necessária para acabar com esse cenário que intimida muitas mulheres", afirmou.

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