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25/05/2017 20:00
Justiça
Alagoas tem 316 pessoas habilitadas à adoção de crianças e adolescentes
Encontro realizado nesta quinta (25), no TJ, debateu os desafios da adoção; participantes assistiram a palestras e tiraram dúvidas sobre o assunto
Dicom Tj/AL

O Estado de Alagoas tem, hoje, 316 pessoas habilitadas para a adoção e 40 crianças e adolescentes prontos para serem adotados, segundo dados da Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ). O que muitas vezes dificulta a conclusão desse processo é o perfil escolhido pelas famílias. De acordo com a juíza Laila Kerckhoff, auxiliar da CGJ, a maioria dos pretendentes busca por recém-nascidos, de cor branca, sexo feminino e sem irmãos. Essa, no entanto, não é a realidade encontrada nos abrigos.

 

 

“São muitas as crianças e os adolescentes de cor negra, que já estão com a idade mais avançada, possuem irmãos ou algum tipo de deficiência. É importante que haja uma flexibilização do perfil, para que a fila da adoção ande mais rápido”, afirmou a magistrada, que participou, nesta quinta-feira (25), do 7º Encontro Estadual de Adoção, realizado na sede do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).

 

 

Para o juiz Alberto de Almeida, da 1ª Vara da Infância e Juventude de Arapiraca, a desburocratização do processo de adoção passa por essa ampliação no perfil escolhido pelos pretendentes. “Passa pela atitude das famílias e também pela melhor estruturação dos Juizados”, explicou.

 

 

Ainda de acordo com o magistrado, muitos pretendentes reclamam da demora na habilitação, mas, segundo ele, o procedimento é importante. “Eu vejo que essa burocracia, em um primeiro momento, tem que existir. Temos que ter cuidado ao escolher o lar para onde vão essas crianças e adolescentes, para que não passem por nova situação de abandono ou até de abuso”, afirmou o juiz, ressaltando que a habilitação dura de 60 a 80 dias, quando toda a documentação é entregue corretamente.

 

 

“Os candidatos precisam juntar certidões criminais, comprovantes de renda e, quando falta algum documento, o processo, obviamente, demora mais. Se eles já requerem com toda a documentação certa, o magistrado apenas abre vista ao Ministério Público, é feito o estudo social dos pretendentes, vem a sentença e a inscrição no Cadastro Nacional de Adoção”, explicou.

 

 

Cadastro Nacional de Adoção

 

 

Lançado em 2008, o Cadastro Nacional de Adoção é uma ferramenta que auxilia os juízes das Varas da Infância e da Juventude na condução dos processos de adoção, em todo o país. Além de mostrar os pretendentes que estão habilitados, mostra ainda as crianças e os adolescentes aptos para serem adotados.

 

 

Para o promotor de Justiça da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Palmeira dos Índios, Rogério Paranhos, é importante que esse cadastro seja respeitado. “Há todo um caminho para que os pretendentes se habilitem. Entendo que a criança e o adolescente ganham quando a fila é respeitada”.

 

 

Ainda de acordo com o promotor, o Cadastro Nacional trouxe mais celeridade às adoções, embora o tempo para conclusão dos processos ainda não seja o ideal. “Poderia ser melhor? Sim, mas também poderíamos estar parados. Houve avanços e acredito que existe um esforço no sentido de melhorar e aperfeiçoar essa ferramenta”, concluiu.

 

 

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