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17/10/2018 11:13
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Jornal turco diz que jornalista saudita foi torturado antes de ser decapitado em consulado
Jornal 'Yeni Safak' diz que teve acesso a áudio feito dentro do consulado saudita em Istambul, onde Jamal Khashoggi esteve em 2 de outubro. Desde então, jornalista está desaparecido.
/ Foto: Mohammed al-Shaikh/ AFP

O jornalista saudita Jamal Khashoggi foi torturado antes de ser decapitado no consulado de seu país em Istambul, na Turquia, informou nesta quarta-feira (17) o jornal turco “Yeni Safak”. Há duas semanas, o paradeiro do jornalista é desconhecido.

 

Entenda o caso do jornalista saudita desaparecido

 

Em 2 de outubro, Khashoggi, de 59 anos, que era crítico do governo da Arábia Saudita, foi ao consulado do seu país, em Istambul, para resolver trâmites burocráticos relativos a seu casamento com uma cidadã turca. Desde então, está desaparecido.

 

O periódico, que é ligado ao governo turco, afirma que teve acesso a um áudio que mostra que os agentes sauditas cortaram os dedos de Khashoggi durante o interrogatório na representação diplomática saudita, em 2 de outubro. “Depois sua cabeça foi cortada até a morte”, descreve o jornal, que não deixa claro como teve acesso à gravação.

 

"Façam isto lá fora. Vocês vão me causar problemas", afirmou o cônsul saudita Mohammad Al Otaibi, ainda de acordo com o jornal turco.


“Se você quiser continuar vivo quando voltar à Arábia Saudita, fique quieto", respondeu um homem não identificado.

 

Esta é a primeira vez que uma publicação turca afirma que teve acesso a esse áudio. Anteriormente, o jornal turco “The Sabah” afirmou que um ele teria sido feito pelo relógio do próprio Khashoggi e recuperado em sua conta online.

 


Um grupo de investigadores, formado por Turquia e Arábia Saudita, fez buscas por várias horas no consulado saudita em Istambul. Uma autoridade turca disse à agência Associated Press que os investigadores encontraram uma nova evidência de que Khashoggi foi morto no local. No entanto, outra autoridade de segurança disse à rede Al Jazira que não foi encontrada nenhuma evidência conclusiva.

 

Investigações


As autoridades turcas acusam Riad de ter ordenado o assassinato do jornalista a uma equipe enviada ao consulado. O governo saudita nega.

 

O jornalista, que também tinha cidadania americana, morava desde 2017 nos EUA e trabalhou para o "Washington Post". Por isso, os Estados Unidos acompanham a investigação.

 

Mike Pompeo, secretário de estado americano, visitou Riad na terça-feira (16), onde se encontrou com o rei Salman e com o filho dele, o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, antes de viajar para a Turquia nesta quarta-feira. O governo saudita afirmou a Pompeo que está disposto a fazer uma exaustiva investigação.

 

"Foram muito claros. Compreendem a importância deste problema, estão decidido a seguir até o fim das investigações", afirmou Pompeo.


A imprensa americana chegou a informar que a Arábia Saudita cogitava reconhecer a morte do jornalista durante um interrogatório no consulado e atribuir o fato a "agentes fora de controle", o que não aconteceu até o momento.

 

Na Turquia, Pompeo se reunirá com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e com o ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu.

 

 

Fonte: G1

 

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